Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas em São Bento, após ter sido recebido pelo primeiro-ministro, António Costa, numa reunião destinada a marcar a data das próximas eleições autárquicas.

Questionado se o PCP vai exigir que o processo de venda do Novo Banco chegue rapidamente ao parlamento, o líder comunista referiu que "o momento determinante e decisivo" na Assembleia da República aconteceu já a 02 de fevereiro passado.

De acordo com Jerónimo de Sousa, nesse dia, a bancada comunista apresentou uma resolução para impedir a venda do banco - iniciativa legislativa que "representava a oportunidade para a inversão do processo, mas que foi chumbada pelo PS, PSD e CDS-PP".

Agora, no atual momento, o PCP defende que um bloqueio da venda apenas deverá ser feito "se for para integrar o banco no setor público".

"O bloqueio pelo bloqueio significaria a falência do banco", acentuou Jerónimo de Sousa.

Perante os jornalistas, o secretário-geral do PCP sustentou que a presente situação é resultado "de responsabilidades do anterior Governo PSD/CDS, a par das pressões e intromissões da União Europeia".

No plano institucional, de acordo com Jerónimo de Sousa, o PCP "não exclui qualquer instrumento", tendo em vista acompanhar o processo.

"Não sabemos qual o processo e a forma como o Governo vai tratar este caso no plano legislativo. O PCP não regateará nenhuma possibilidade em termos de instrumentos disponíveis, mas insisto que na sequência da votação do dia 2 de fevereiro, com a reprovação do projeto do PCP, abriu-se o caminho de onde é muito difícil sair", acrescentou.