No final de uma reunião da bancada do PSD, a primeira após as férias, o líder parlamentar social-democrata, Hugo Soares, afirmou, em declarações aos jornalistas, ser “hoje cristalino para todos que o país perdeu dois anos à espera dessa decisão”.

Hugo Soares usou vários “ses” para concluir que a decisão poderia ter acontecido em 2015 se o Governo fosse outro.

“Se o país não tivesse esperado por esta solução governativa”, se “todos os investidores” não tivessem olhado o Governo do PS “com muitas dúvidas”, “se o investimento não tivesse caído a pique” e o executivo “não tivesse dado sinais contraditórios à economia e aos investidores”, a “decisão poderia ter sido tomada há dois anos”, argumentou.

Na sexta-feira, a agência de notação financeira Standard and Poor's (S&P) tirou Portugal do 'lixo', revendo em alta o 'rating' atribuído à dívida soberana portuguesa de 'BB+' para 'BBB-', um primeiro nível de investimento.

Hugo Soares acusou ainda o Governo de António Costa de eleitoralismo, por anunciar medidas de que “pode tirar proveito eleitoral”, embora não tenha dado exemplos.

O deputado social-democrata retomou ainda a polémica do fim de semana de pré-campanha para as autárquicas, em que o líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, acusou António Costa de “mesquinhez” por nada dizer sobre o contributo do Governo PSD/CDS-PP para a subida do ‘rating’.

“Por muitas voltas que o Governo queira dar”, por “muitas parangonas” do Governo, “por muito que o Governo se arrogue dono das boas notícias do país”, os “portugueses sabem” que o executivo liderado por Passos Coelho também deu o seu contributo.

“Os portugueses sabem que, se não tivesse sido o esforço deles durante quatro anos, que ajudaram a tirar o país da pré-bancarrota em que o José Sócrates nos tinha deixado, e [sem a] condução das políticas públicas por parte do Governo de Pedro Passos Coelho, estas decisões eram impensáveis e impossíveis”, concluiu.

Os efeitos da decisão da S&P foram imediatos, com a descida dos juros da dívida de Portugal a 10 anos, mas, ainda assim, “não estão ainda ao nível de 2015”.

Numa resposta ao desafio do Governo de se consensualizarem, com o PSD, as grandes obras públicas a partir 2020, os sociais-democratas insistiram noutro repto, que faça as obras públicas acordadas pelo anterior executivo com o PS, “que estava então na oposição”, e com agentes económicos e autarcas.

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