"Eu espero que esta questão tenha tido pelo menos essa consequência, é que a Caixa não seja vista de futuro como um forma de financiar investimentos de conveniência, sobretudo para os governos da altura", afirmou Teodora Cardoso.

A economista disse não ver problemas em que a CGD seja um banco público, mas considerou que este tem de "se reger por princípios de racionalidade financeira", admitindo que, "se não o fizer será sempre uma ameaça para a política orçamental".

Teodora Cardoso disse que a solução encontrada entre o Governo e a Comissão Europeia "tem capacidade de resolver este problema", para que o banco não se retorne" a uma nova necessidade de capitalização do banco.

Apesar de lembrar que a capitalização da CGD, conforme definido com Bruxelas, não terá impacto orçamental, a presidente do CFP disse que "é evidente que [com uma injeção de] capital público vai aparecer na dívida pública".

O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse na quarta-feira no parlamento que espera fechar o plano de recapitalização da CGD dentro de dois meses, altura em que o montante exato será definido.

A 24 de agosto passado, a Comissão Europeia anunciou ter chegado a um acordo de princípio com o Governo português para a recapitalização da CGD "em condições de mercado".

Já antes, através de comunicado, o Governo tinha salientado que o acordo estabelecido com Bruxelas permite que esta operação seja feita em condições de mercado, "compatíveis com a ausência de ajuda de Estado" e que "o Estado Português fica autorizado a realizar um aumento de capital até 2.700 milhões de euros, a transferir as ações da ParCaixa para a CGD no valor de 500 milhões de euros e a converter 960 milhões de euros de instrumentos de capital contingentes (CoCo's) subscritos pelo Estado em ações".