Edição por Beatriz Cavaca
Depois de um ano letivo marcado por greves e reivindicações de professores dos mais variados sindicatos e organizações, mais uma vez o dia ficará marcado por uma greve nacional e duas manifestações no Porto e em Lisboa.
O que querem os professores?
Desta vez a reivindicação tem um simbolismo especial, uma vez que o dia de hoje coincide com o tempo de serviço que os professores reclamam há já vários anos: 06/06/23. Os docentes em protesto de nove organizações de professores querem reivindicar os seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço prestado e não pago.
Quais as exigências?
Os professores dizem que não irão desistir do tempo de serviço congelado, mas aceitam que essa recuperação seja feita de forma faseada.
Sublinha-se que a luta entre sindicatos e ministério da Educação subiu de tom nas últimas semanas, em especial entre a tutela e a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), com acusações mútuas.
No final de um ano letivo marcado pela realização de várias greves, que começaram ainda em 2022 com o Sindicato de Todos os Profissionais de Educação (STOP), o ministro da Educação chamou a atenção para o facto de estas paralisações estarem a prejudicar os alunos, em especial aqueles que mais precisam.
Em declarações à Lusa, o ministro João Costa defendeu que as greves aos exames e avaliações colocam em causa a escola pública.
“Estamos a chegar a um momento em que os que estão a ser mais prejudicados são aqueles que dependem mesmo da escola pública, são os que não têm dinheiro para pagar explicações, são os que não têm outros estímulos. É a essência da escola pública que está a ser posta em causa por estas greves sucessivas”, disse.
Em resposta, a Fenprof apontou o dedo ao Governo acusando-o de ser o único responsável pela greve, uma vez que o que está na origem da paralisação é “o desinvestimento” do governo e de outros na escola pública.
Quem convocou a greve?
A greve de hoje assim como as previstas para os exames e avaliações foram convocadas pela plataforma de nove organizações: Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Federação Nacional da Educação (FNE), Pró-Ordem dos Professores (Pró-Ordem), Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (Sepleu), Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação (Sinape), Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), Sindicato Independente dos Professores e Educadores (SIPE) e Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (Spliu).