Segundo a representante do ACNUR no Malaui, Monique Ekolo, citada pela emissora pública, apenas 1.800 refugiados moçambicanos permanecem ainda no país vizinho, dos 11 mil contabilizados no final do ano passado.

De acordo com Ekolo, a organização despendeu 1,5 milhões de dólares (1,3 milhões de euros) em operações logísticas relacionadas com a presença de moçambicanas no Malaui e o acampamento de Kapise, que albergava a maioria do grupo, está "virtualmente fechado".

O ACNUR e os governos de Moçambique e do Malaui chegaram no início deste mês a entendimento para a assinatura em breve de um acordo para o repatriamento dos moçambicanos no país vizinho.

Em abril, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou que os dois países criariam uma comissão conjunta para a resolução da situação dos refugiados moçambicanos no Malaui, defendendo a necessidade de condições para o seu regresso.

Moçambique tem conhecido um agravamento dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança e o braço armado da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados.

O Governo moçambicano e a Renamo retomaram em finais de maio as negociações em torno da crise política e militar em Moçambique após o principal partido de oposição ter abandonado em finais de 2015 o diálogo com o executivo, alegando falta de progressos no processo negocial.

As negociações estão interrompidas desde o fim de semana por proposta dos mediadores internacionais, que pediram tempo para consultas às lideranças do Governo e da Renamo em torno da exigência do principal partido de oposição de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014.

O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória eleitoral.

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