O relatório elaborado pelo departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e as cinco comissões regionais afirma que o crescimento angolano será sustentado "no aumento da atividade industrial e na melhoria da oferta de energia".

O crescimento angolano este ano é, ainda assim, bastante inferior à média entre 2009 e 2016, que registou um valor de 3,5%, e ainda mais abaixo de 2012 e 2013, anos em que a economia de um dos maiores produtores de petróleo da África subsaariana cresceu 8,5% e 5,0%, respetivamente.

Registando que as eleições de agosto "decorreram de forma geralmente pacífica", os peritos das Nações Unidas sustentam que a inflação está a diminuir, "apesar de se manter alta, devido a pressões sobre a moeda externa e taxas de câmbio paralelas desvalorizadas".

A ONU prevê uma descida da inflação, de 41,2% no ano passado, para 28% este ano e nova redução nos dois anos seguintes, para 19,4% e 16,7%, respetivamente.

"A perspetiva de evolução para África permanece sujeita a vários riscos" internos e externos, nota o documento hoje lançado em Nova Iorque, nomeadamente na vertente financeira.

"Do ponto de vista externo, um aumento superior ao esperado nas taxas de juro globais ou um aumento nos juros dos títulos de dívida soberanos pode diminuir o acesso ao financiamento, que se tornou nos últimos anos uma fonte cada vez mais importante para o investimento nacional, e colocar em perigo a sustentabilidade da dívida", lê-se no texto.

A descida dos 'ratings', das exportações ou uma inversão do crescimento dos preços das matérias-primas são alguns dos fatores que podem fazer diminuir o Investimento Direto Estrangeiro e as remessas dos emigrantes, o que pode ameaçar o fôlego da retoma, notam os analistas das Nações Unidas.

Internamente, concluem, os maiores riscos para os países africanos, que deverão crescer 3,5% e 3,7% nos próximos dois anos, estão na ausência de políticas de ajustamento aos preços mais baixos das matérias-primas.

Esta falta de políticas, notam, "pode por em causa a estabilidade macroeconómica e a tendência de crescimento em muitos países", que enfrentam também a possível escalada de violência por causa de ameaças à segurança, "especialmente na região do Sahel e na Somália, e instabilidade política em vésperas de eleições no Egito, Nigéria e África do Sul".

O relatório das Nações Unidas defende, a nível global, que o crescimento de 3%, o mais alto desde 2011, deve fazer os decisores políticos apostarem em temas de longo prazo.

MBA // VM

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