Os dados resultam de um levantamento Associação dos Avicultores de Angola (ANAVI), realizado entre abril e maio últimos, e foram apresentados quarta-feira, em Luanda, durante o primeiro encontro nacional do setor.

No total, as 118 produções podiam já garantir diariamente 2.183.000 ovos por dia, em termos de capacidade instalada, mas esse volume fica em cerca de 30%, nomeadamente por falta de aves nas áreas de produção já existentes.

Segundo a ANAVI, metade dos pequenos produtores avícolas paralisaram mesmo totalmente a atividade.

Angola vive uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra nas receitas petrolíferas, com consequências também ao nível cambial, dificultando as importações, de alimentos e matéria-prima, agravando os preços ao consumidor, com uma inflação a um ano ainda superior a 30%.

O Governo angolano estimou anteriormente atingir a autossuficiência de ovos em 2017, ultrapassando a meta de 1.000 milhões de unidades por ano.

Em 2015, a produção angolana foi de 450 milhões de ovos e em 2016 praticamente duplicou, mas garantindo apenas 41% das necessidades do país, que ainda recorre à importação.

Angola tem um potencial de sete milhões de hectares para perímetros irrigados, para a produção agrícola, mas apenas 45.000 hectares de terrenos estão em utilização, envolvendo nomeadamente investidores privados.

Mais de dois milhões de famílias angolanas vivem da agricultura, setor que emprega no país 2,4 milhões de pessoas e que conta com 13.000 explorações empresariais.

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