Como contaram à Lusa, paracetamol, aspirina ou ibuprofeno são os medicamentos que mais facilmente compram nas farmácias ou nos mercados paralelos, sempre que precisam acudir a uma dor de cabeça, diarreia ou dores musculares.

O designer, Dombele da Silva, reconhece as consequências de tomar medicamentos em receita ou orientação médica, mas confessa que a automedicação se deve à sua "correria diária".

"Eu já fiz e há vezes ainda faço, por exemplo, no caso de uma dor de cabeça vamos sempre a uma farmácia comprar um paracetamol, um dolaren e ali não temos qualquer receita médica", explicou.

Argumentando ser uma prática mais rápida e que "resulta", sobretudo para muitos sem possibilidade de ir a uma consulta, seja nos hospitais públicos ou clínicas privadas.

Entretanto, o Ministério da Saúde angolano ordenou às farmácias do país a proibição de dispensa de vários medicamentos, nomeadamente antibióticos, sem receita médica, de forma a travar a automedicação da população.

Ainda assim, a funcionária pública Reina Rafael de 26 anos, diz ser "adepta" da automedicação, simplesmente porque resolve o problema. Argumenta mesmo ser este o seu "primeiro socorro" antes de ir ao posto de saúde.

"Não vejo consequências de tomar um paracetamol, agora sei que a automedicação que as pessoas fazem com regularidade são as vitaminas e suplementos que estão ser muitos usados nos ginásios", realçou.

Já Gomes Morais, de 23 anos, diz ter abandonado essa prática por ser um risco para a sua saúde e dos seus filhos, recordando que muitas vezes optou em automedicar as crianças.

"Vais ao hospital, a resposta é que a criança tinha paludismo ou diarreia e a receita não variava, era sempre coartem, matronidazol, amoxicilina. Então fazíamos apenas o recurso a receita antiga e comprávamos os medicamentos", explicou.

Agora, acrescentou, só usa medicamentos após consulta médica. "Mas tenho muitos vizinhos que continuam a fazer a automedicação, que sabemos que é um risco para saúde", conta.

Uma prática também reprovada por Domingos Paulo, oficial da polícia, que teme por reações adversas com a automedicação.

"Por isso não alinho nessas práticas, sei que muita gente faz automedicação, sobretudo recorrem ao mercado para se verem livres de qualquer doença", lamentou.

DYAS (PVJ) // PJA

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