De acordo com uma nota do banco central angolano, o governador do Banco Nacional de Angola, Valter Filipe, viajou quinta-feira para a África do Sul, em visita oficial a convite do seu homólogo, Lesetja Kganyago.

Além do reforço das relações bilaterais entre as duas instituições de supervisão, a visita " serve ainda para de partilhar as ações que o BNA e a banca comercial angolana estão a empreender", no sentido de "adequar o sistema financeiro angolano às normas prudenciais e às boas práticas internacionais".

"O encontro será também uma oportunidade para o melhoramento das relações entre os bancos comerciais angolanos e sul-africanos, principalmente, em matérias de trade finance, project finance e correspondent banking", explica o BNA.

Trata-se de um assunto particularmente relevante para a banca angolana, que devido à pressão internacional tem sido afastada do acesso ao mercado de divisas (dólares).

Há precisamente um ano foi noticiado que a Reserva Federal dos Estados Unidos decidiu suspender a venda de dólares a bancos sediados em Angola, devido à alegada contínua violação das regras de regulação do setor e suspeita de que o país possa estar a financiar redes de terrorismo. A decisão do banco central americano teria sido comunicada pelo First National Bank da África do Sul, intermediador destas operações no mercado angolano.

Durante a visita do governador do BNA à África do Sul, refere a mesma informação, serão celebrados dois acordos, nomeadamente, de assistência técnica em supervisão bancária, inclusão financeira, controlo cambial, tecnologia de informação, política monetária, cambial e gestão das reservas internacionais líquidas, bem como um de formação envolvendo as academias dos dois bancos centrais.

Angola tem vindo a adotar vários instrumentos com vista a contrariar as críticas de que é alvo externamente sobre o alegado branqueamento de capitais no país, situação que tem sido agravada pela crise que o país atravessa.

O BNA anunciou em fevereiro último, em comunicado, que o país saiu do radar internacional da vigilância sobre branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, o que, segundo a instituição, permitirá melhorar a qualidade do crédito nacional.

Embora o banco central não o diga expressamente, a situação então confirmada, de "cumprimento escrupuloso das regras de compliance" por Angola e respetivas instituições bancárias nacionais, poderá aliviar as graves dificuldades dos bancos angolanos no acesso a divisas (dólares) no mercado internacional.

"A implementação pelo BNA das recomendações que constam do Plano Diretor do Grupo de Ação Financeira Internacional [GAFI], ditou progressos significativos do país", refere o banco central.

O BNA assegurou que "deixou de estar sujeito ao processo de monitoramento contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo (AML/CFT) a nível global", de acordo com o recente relatório emitido pelo GAFI, que visitou o país e os bancos nacionais em janeiro.

PVJ // PJA

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