Com um total de oito tribunas, a marginal de Luanda veste-se de cor, alegria e folia, a presente edição abriu com o desfile de cinco grupos convidados do interior do país.

Trata-se dos grupos Maringa, da província da Lunda Norte, Tchaco-Tchaco, de Cabinda, Ovinjenje, do Huambo, União Muteba, do Cuanza Sul, e Bravos da Catumbela, de Benguela.

Para o desfile competitivo, entra em cena, em primeiro lugar, o grupo União Geração Sagrada, do distrito urbano do Rangel, que, apesar das enormes dificuldades atravessadas durante a fase de preparação, marca presença na marginal para melhorar a classificação anterior.

"A preparação do grupo foi difícil, estamos aqui só mesmo graças a Deus, porque recebemos os apoios muito tarde. Sem patrocinadores, tivemos de nos virar apenas com o nosso salário, estamos aqui na marginal para dançar", disse à Lusa José Domingos, o presidente do grupo.

Melhorar o quarto lugar alcançado em 2017, ano em que o Grupo União Mundo da Ilha venceu a prova, é o propósito do União Geração Sagrada, que vai dançar o semba e render homenagem ao "jacaré bangão" da província do Bengo.

"E este ano só Deus é quem sabe, vamos dançar semba, o grupo está preparado para competir de igual para igual. Este ano estamos a falar do jacaré que invadiu a aldeia na província do Bengo", explicou.

Quem também almeja vencer a edição 2018 do Carnaval de Luanda é o grupo União Kiela, do distrito urbano do Sambizanga, que vai desfilar na marginal em busca do quinto título, conforme disse à Lusa Juliana António Domingos, de 87 anos.

"A nossa primeira dança chamava-se cabolota. Viemos à marginal para brincar e dançar ao Carnaval, fazemos sempre parte desta festa em busca de vitória. Vamos aqui exibir a varina, com as senhoras de pano", contou.

Há muitos anos a dançar o Carnaval de Luanda, Juliana António Domingos defendeu a necessidade de maior valorização desta festa e dos intervenientes diretos nesta festa popular.

"Antigamente o vencedor do Carnaval era aplaudido por todos, porque era consensual. Hoje, apesar de algumas situações, queremos ganhar esta edição, porque a nossa dança gasta muito dinheiro com as senhoras de pano. Estamos sempre a inovar anualmente", realçou.

Antes mesmo da fase competitiva da classe A, a organização da maior festa popular angolana rendeu homenagem ao grupo União Jovens da Cacimba, que também exibiu os seus dotes na marginal de Luanda.

Blocos de animação, entre eles a Carripana do Artista - que deve contar com a exibição das cantoras Telma Lee e Yola Semedo, rainha do Carnaval de Luanda -, e ainda um festival de fogo-de-artifício vão colorir a derradeira fase da festa carnavalesca da capital angolana.

DYAS // ROC

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