"Nós, da Comissão Eleitoral Nacional, estamos a preparar toda a logística para as eleições autárquicas que, de acordo com o que está previsto na lei, deverão acontecer ainda este ano. Se houver alguma alteração, não será da nossa competência, mas logisticamente estamos preparados para tal", disse Alberto Pereira.

O recenseamento eleitoral de raiz arrancou hoje em São Tomé e Príncipe, e decorre até 25 de maio, desta vez com uma nova divisão administrativa, que vai alterar o mapeamento dos círculos eleitorais em diversas regiões do país.

A título de exemplo, segundo o presidente da CEN, os dois principais distritos do país, nomeadamente Água Grande e Mé Zóchi, que no último ato eleitoral tinham 22 circunscrições, passarão a ter 33 assembleias de votos.

Este recenseamento eleitoral vai eliminar as inscrições dos eleitores que se transferiram, dos que faleceram, dos que perderam a capacidade eleitoral ativa, dos eleitores que perderam a nacionalidade são-tomense, dos que se ausentaram do país há mais três anos e dos eleitores que têm duplas inscrições.

O presidente da CEN sublinhou que o novo mapeamento pode igualmente considerar localidades que, nos últimos cinco anos, não justificaram "ter circunscrições eleitorais e mesas de voto, mas que, com o aumento da população talvez hoje já justifiquem", o que pode corresponder a mais um fator de redimensionamento dos círculos eleitorais.

Alberto Pereira disse ainda que, no próximo ato eleitoral, os eleitores são-tomenses já poderão votar usando um novo cartão biométrico, "mais fiável e mais seguro".

A atribuição de cartão biométrico de eleitor aos cidadãos são-tomenses resulta de uma oferta de Timor-Leste a São Tomé e Príncipe, no valor superior 400 mil euros.

O recenseamento na diáspora, designadamente Angola, Portugal, Guiné Equatorial e Gabão, inicia-se a 11 de abril, podendo estender-se a Cabo Verde, "se até lá a embaixada já estiver instalada".

"Para esse recenseamento eleitoral já preparámos a logística para irmos a uma nova diáspora que é Cabo Verde, mas estamos à espera porque sabemos que existe um decreto que criou a embaixada em Cabo Verde, mas fisicamente ela ainda não está a funcionar", explicou Alberto Pereira.

Cerca de 40 agentes recenseadores estão no terreno para o novo recenseamento que vai definir com exatidão o número de eleitores que vão poder votar nas próximas eleições autárquicas e regionais.

Nas últimas eleições legislativas estavam recenseadas 111.222 eleitores, e apenas pouco mais de 54 mil pessoas -- cerca de 48 por cento do eleitorado - foram às urnas.

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Lusa/fim