"Se o Passado Não Tivesse Asas" é o título da obra, de 400 páginas, apresentada ao público em auditório lotado, no Camões/Centro Cultural Português, em alusão ao dia da Língua Portuguesa.

A obra está dividida em duas partes, a primeira que se inicia em 1995 e vem até à atualidade, retrata as crianças, na sua maioria órfãs, que viviam na rua e sobreviviam do lixo, enquanto pessoas com grandes possibilidades materiais nada faziam por elas.

"Eu situei mais essa problemática dos meninos de rua, na Ilha de Luanda, que era um sítio onde muitos se refugiavam. Escolhi a ilha, porque o contraste era tremendo. A ilha, que já foi um paraíso - cada vez menos com o betão que se vai pondo lá - mas nesse paraíso havia toda essa miséria, essa pobreza das crianças, que lutavam pelos restos de comida, que eram despejados pelos restaurantes", explicou o autor.

Segundo Pepetela, o objetivo principal é mostrar as diferenciações sociais que existem na sociedade angolana, como já abordou em outras obras.

Encontrar o título da obra, que "quer dizer que o passado vem sempre, não se pode abandonar, são se pode esquecer, porque é fundamental para o futuro", foi "a coisa mais difícil".

A segunda parte do livro começa em 2012, ano em que Angola alcançou a paz, depois de várias décadas em guerra, e vem até ao momento atual.

"São duas histórias que se cruzam, que acabam por se juntar, e representam a situação atual do país, com esses problemas, de onde é que vieram. O leitor pode adivinhar mais ou menos algumas das razões no livro", concluiu.

NME // JPS

Lusa/Fim

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