"A Renamo continua reiteradamente a atentar contra a Constituição", disse o porta-voz da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), António Niquice, falando durante uma conferência de imprensa alusiva aos preparativos para a comemoração do dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que se assinala no domingo.

Considerando que os ataques atribuídos à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) condicionam o desenvolvimento sociopolítico de Moçambique, o porta-voz da Frelimo, no poder em Moçambique há 41 anos, disse que o partido de Afonso Dhlakama está a pôr em causa o Estado de Direito, mantando civis e obstruindo o desenvolvimento económico do país.

"Ninguém está acima da lei", declarou António Niquice, acrescentando que as instituições de direito devem responsabilizar aos responsáveis pelos ataques na principal estrada do centro do país.

"Não podemos continuar com uma Renamo que, à luz do dia, beneficia do suor do povo moçambicano, mas na calada da noite assassina pessoas indefesas", afirmou o porta-voz da Frelimo.

A região centro de Moçambique tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as FDS, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques nas últimas semanas em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da empresa mineira brasileira Vale.

Alguns dos ataques foram assumidos pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que os justificou com o argumento de dispersar as Forças de Defesa e Segurança, acusadas de bombardear a serra da Gorongosa, onde presumivelmente se encontra.

Apesar dos casos de violência, as negociações entre o Governo moçambicano e o maior partido de oposição continuam em Maputo, na presença de mediadores internacionais.

A Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude no escrutínio.

EYAC // JMR

Lusa/Fim