Em declarações à agência Lusa, em Maputo, onde se encontra a acompanhar a visita de Estado do Presidente português, Teresa Ribeiro disse que Portugal se tem "batido muito para que esta suspensão seja tão curta quanto possível e que rapidamente se reencontre a normalidade e, como tal, possa ser reposto o mecanismo que estava a ser utilizado".

"E é isso que vai acontecer", considerou a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.

"Aliás, vimos que essa mensagem de otimismo também foi aqui expressa pelo Presidente da República de Moçambique quando disse que é preciso identificar as dificuldades e é preciso igualmente criar um caminho credível para a sua superação. E é isso que vai ser feito", reforçou.

Segundo Teresa Ribeiro, "Moçambique está muito empenhado nisso, Portugal está igualmente muitíssimo empenhado e bateu-se e bate-se para que rapidamente se volte à normalidade do mecanismo".

"Portanto, estamos otimistas", concluiu.

Questionada sobre quando é que esta decisão do grupo de doadores foi tomada, na sequência da revelação de dívidas ocultadas das contas públicas de Moçambique, a secretária de Estado respondeu que "é muito recente", mas disse não saber a data exata.

A decisão só ganha caráter oficial quando for formalmente comunicada ao executivo pelo chamado G14, atualmente presidido por Portugal.

Interrogada sobre a oficialização do processo, Teresa Ribeiro salientou que "o Governo [de Moçambique] foi informado", adiantando: "Com certeza que seguirá uma comunicação formal. Isso é uma decisão dentro do G14, e essa decisão formal seguirá os trâmites diplomáticos normais".

"Não tem nenhum segredo. Agora, aquilo que nos parece que é importante é que o Governo está devidamente informado, assumiu que tem em seu poder essa informação e, mais do que isso, também foi muito claro quanto àquilo que serão os próximos passos", acrescentou.

A propósito deste tema, a secretária de Estado destacou o apoio dado por Portugal a Moçambique no quadro da cooperação bilateral, mencionando que "o anterior programa indicativo", que está "em fase de avaliação final", envolve "à volta de 67 milhões de euros".

Depois, Teresa Ribeiro salientou "a mobilização das linhas de crédito, quer a linha concessional, quer a linha de crédito comercial, na ordem dos 670 milhões", e afirmou que esta visita está a servir para "preparar o futuro".

"Eu estive cá há um mês, exatamente para desencadearmos esse processo de negociação do próximo período em que vamos trabalhar com Moçambique", referiu.

Segundo a secretária de Estado, foi agora dado "um passo relevante nesse sentido" no encontro entre representantes dos dois governos.

"Os dois governos estão a trabalhar para estabelecer um programa que seja orientado para mecanismos muito claros, com mecanismos de avaliação de resultados muito bem desenhados, para que tenhamos a melhor cooperação possível", acrescentou.

IEL

Lusa/Fim

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