O Presidente guineense tem estado em contato com as populações do interior do país e num discurso, na semana passada, em Gabu, no leste da Guiné-Bissau, pediu aos presentes num comício popular, que aplaudissem o atual chefe das Forças Armadas, general Biague Nan Tan.

José Mário Vaz considerou que se a Guiné-Bissau é hoje um país em paz "tal é graças a um bom desempenho" de Biague Nan Tan, que sublinhou ser um chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da sua inteira confiança.

"Pedir que se aplauda um chefe do Estado-Maior (das Forças Armadas) não é uma conversa de um chefe do Estado que quer apaziguar o povo do seu país", observou Jorge Gomes, que vê na ação "um discurso divisionista" do povo.

O líder das organizações da sociedade civil guineense ainda considerou de "incitação à violência" quando José Mário Vaz afirma que dantes o dinheiro que dava aos militares era desviado em parte.

Jorge Gomes defendeu que não compete ao Presidente da República dar dinheiro aos militares - para as suas necessidades nas casernas - mas sim ao Ministério das Finanças e ainda diz ser incompreensível quando José Mário Vaz afirma que o dinheiro era desviado.

Em Gabu, o Presidente guineense exemplificou, sem apontar responsáveis, que quando dava cinco milhões de francos (7.600 euros), apenas chegava aos quarteis, quinhentos mil francos CFA, quando entregava quatro milhões, os soldados apenas recebiam quatrocentos mil francos.

"Mas quem manda quinhentos mil francos CFA para um batalhão com 600 homens", questionou o líder das organizações da sociedade civil.

Jorge Gomes pede ao chefe do Estado que modere as suas intervenções nas suas declarações durante a sua Presidência Aberta para que possa promover a unidade do povo.

José Mário Vaz está hoje na cidade de Buba, 227 quilómetros a sudoeste de Bissau, depois de pernoitar, na quinta-feira, em Bafatá e de já ter estado, no passado fim de semana, em Gabu, onde iniciou o contato com as populações para saber das suas realidades, disse.

MB // EL

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