"Sim, é claro que nós falhamos. Nosso maior erro foi exagerar as políticas [de isenções e apoios] a grandes empresas (...) Entre 2011 e 2014, cerca de 428 mil milhões de reais (114 mil milhões de euros) foram exonerados e quando Dilma [Rousseff] tentou acabar com este auxílio, o Senado [câmara alta parlamentar] não o permitiu", disse Lula da Silva numa entrevista ao jornal espanhol El Mundo.

"O segundo erro ocorreu quando a Presidente anunciou o ajustamento fiscal e traiu o eleitorado que a elegeu em 2014, ao qual prometemos manter as despesas [públicas]. Dessa forma, começamos a perder credibilidade", completou.

A declaração foi feita em resposta a questões sobre a condução do Governo brasileiro na gestão de Dilma Rousseff, presidente eleita duas vezes que acabou destituída pelo Congresso em agosto de 2016 deixando o país numa grave crise fiscal.

O ex-chefe de Estado brasileiro também revelou que chegou a pensar em se candidatar nas presidenciais de 2014, mas desistiu por pensar que Dilma Rousseff merecia tentar a reeleição.

Sobre a sua possível candidatura nas próximas presidenciais, a condenação de 9 anos e seis meses de prisão por corrupção e o seu suposto envolvimento em outros casos relacionados com os desvios da Petrobras, Lula da Silva voltou a dizer que está preparado para governar e que é inocente.

"O julgamento ao qual estou sujeito é uma farsa. Nem a Polícia Federal nem o Ministério Público encontraram uma única prova para me cobrar, razão pela qual eu digo que a decisão do juiz Sérgio Moro é eminentemente política", concluiu.

O ex-presidente lidera as sondagens de opinião nas próximas presidenciais do país sul-americano, que acontece em 2018, mas corre o risco de não poder se candidatar se for condenado em segunda instância pela Justiça brasileira.

CYR // ANP

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