Segundo os primeiros resultados do estudo do Afrobarometer/Afrosondagem em relação à Democracia em 2017, mais de metade (55%) dos cabo-verdianos consideram que o Governo não deve isentar o pagamento de vistos aos europeus, contra 31% que concorda com a medida.

À pergunta se aprova ou desaprova a medida governamental, 10% dos cabo-verdianos disseeram não saber responder por não estarem devidamente informados sobre a matéria.

No inquérito, os cabo-verdianos foram questionados sobre os efeitos esperados com a isenção de vistos aos cidadãos europeus, com as respostas as mostrarem alguma divisão sobre a matéria.

Sobre os aspetos positivos, 24% acha que vai impulsionar o crescimento do turismo, 19% entende que vai gerar mais emprego e oportunidades de negócio e 16% considera que o país vai ser mais conhecido como destino turístico e impulsionar desenvolvimento local e crescimento económico.

Em relação às respostas negativas, 33% considera que vai aumentar a taxa de criminalidade, 23% entende que vai aumentar as ameaças de terrorismo, 20% disse que vai aumentar a prostituição e o consumo de drogas e 16% afirmou que o Governo vai perder receitas.

A medida para isentar vistos de entrada em Cabo Verde para cidadãos europeus e do Reino Unido foi anunciada em abril do ano passado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, para vigorar a partir de maio do mesmo ano.

Mas não entrou em vigor na altura, e após a proposta de lei ter sido aprovada no Parlamento em outubro, ficou prevista para ser a 01 de janeiro deste ano, mas sofreu o segundo adiamento, para maio deste ano.

O Governo esclareceu esclarecer que tal não aconteceu no início do ano a pedido dos operadores turísticos.

Questionado na semana passada se confirmava a entrada em vigor da isenção de vistos aos europeus a partir de maio próximo, o ministro da Administração Interna cabo-verdiano, Paulo Rocha, optou por não se pronunciar sobre o assunto.

A medida suscitou polémica e oposição de vários quadrantes, por não prever a reciprocidade de isenção de vistos para a entrada de cidadãos cabo-verdianos na União Europeia e pela potencial perda de receitas que irá representar para o país.

Cabo Verde tem recebido, nos últimos anos, uma média de 500 a 600 mil turistas por ano, mas o país quer chegar a um milhão até 2021.

Reino Unido, Alemanha, Bélgica/Holanda e Portugal são os principais países emissores de turistas para o arquipélago africano.

O setor do turismo é o principal motor da economia do país, responsável por 20% do Produto Interno Bruto (PIB).

A Afrosondagem está ligada à Afrobarometer, uma rede de pesquisa apartidária em 36 países africanos, e já realizou inquéritos idênticos em 2002, 2005, 2008, 2011 e 2014 sobre as atitudes dos cidadãos em matéria de democracia, governação, economia, sociedade civil, e outros tópicos.

Nesta sondagem, com recolha de dados entre 20 de novembro e 05 de dezembro de 2017, foram entrevistadas 1.200 pessoas com mais de 18 anos nas ilhas de Santo Antão, São Vicente, Fogo e Santiago, e o estudo tem uma margem de confiança de 95%.

RYPE // JPS

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