"Estamos em 2017 e após uma decisão final de investimento deve haver um período de quatro a cinco anos para implementação desses projetos. Então estaremos a falar, muito possivelmente, [de iniciar exportação] entre finais de 2022 e 2023", referiu.
Carlos Zacarias falava em reação a uma nota da consultora BMI Research enviada a investidores e divulgada pela Lusa na segunda-feira.
A consultora prevê que a exportação de gás natural de Moçambique seja adiada dois anos, para 2022, em relação à previsão inicial.
A BMI Research justifica a análise com os atrasos nas Decisões Finais de Investimento (DFI) por parte das grandes petrolíferas internacionais e que são geralmente atribuídos à complexidade técnica e à falta de infraestruturas de apoio.
Na semana passada, o Banco Mundial acrescentou outro fator a esta lista: a atuação dos governos e o caso das dívidas escondidas do Estado moçambicano prejudicou a economia e fez retrair os investidores e as multinacionais.
Carlos Zacarias referiu à Lusa que tudo está a ser feito para corrigir a trajetória.
"Nós, tudo faremos para que o mais brevemente possível possamos ter projetos implementados a produzir, a exportar e providenciar gás natural" para o país, sublinhou.
"Temos estado a trabalhar afincadamente desde a descoberta de gás natural que aconteceu no Rovuma", norte do país, "entre 2010 e 2012 e temos estado a trabalhar em todas as condições legais e contratuais que levem à implementação desses projetos", concluiu.
Moçambique tem reservas de pelo menos 160 triliões de pés cúbicos de gás, catapultando o país para o pódio dos mais promissores, juntamente com a Austrália e o Qatar, a que se junta também a vantagem da proximidade em relação ao mercado asiático.
O consórcio da Área 1 é liderado pela norte-americana Anadarko e identificou grandes quantidades de gás natural, tal como o consórcio liderado pela italiana ENI, que opera a Área 4 e que integra a portuguesa Galp.
Em março, a norte-americana Exxon comprou 25% da Eni East Africa e peritos da unidade de análise económica da revista britânica The Economist consideraram na altura que o envolvimento da petrolífera norte-americana "aumenta a confiança" na exploração do gás em Moçambique.
LFO (MBA) // VM
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