"Prevemos que, depois da redução do crescimento, em 2016, com o valor mais baixo dos últimos 15 anos, o PIB vá recuperar ligeiramente, para 4,2% em 2017, alicerçado quase exclusivamente no setor dos minerais", dizem os analistas da unidade de análise económica da revista britânica The Economist.

A economia de Moçambique reduziu o crescimento no ano passado para 3,3%, metade do que tinha crescido no ano anterior, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE) local.

Na análise à economia de Moçambique, a EIU diz que a indústria do carvão deverá registar um crescimento significativo devido "aos preços internacionais mais firmes, à procura relativamente robusta na Índia (o principal mercado exportador moçambicano) e aos esforços das companhias mineiras em 2015 e 2016 para aumentar a produtividade".

Apesar destas perspetivas positivas, os analistas económicos da Economist alertam que os ventos económicos contrários ainda persistem, exemplificando com "a austeridade orçamental, a escassez de reservas externas e inflação elevada, que vão encolher a procura interna, e a volatilidade financeira e o risco político vão levar a uma queda adicional no investimento".

Para os anos seguintes, a EIU antevê que a economia de Moçambique consiga "recuperar gradualmente", à custa de melhorias na estabilidade macroeconómica e na recuperação da confiança do mercado.

"No entanto, à média de 5,1% entre 2018 e 2021, o crescimento do PIB real vai continuar bem abaixo da média de 7,3% ao ano registada entre 2005 e 2015", concluem os analistas.

Sobre a inflação, que chegou ao recorde de 27% em novembro do ano passado, a expetativa dos analistas da Economist é que a taxa vá descendo, mas este ano deverá ficar ainda acima de 23%.

"Ajudada por uma política orçamental contracionista, um défice orçamental mais pequeno e preços globais mais estáveis, esperamos que a inflação caia a partir daí, para uma média anual de 5% em 2021", concluem os peritos da EIU

MBA // ANP

Lusa/Fim