Em mensagem enviada ao secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, e à qual a Lusa teve acesso, o partido no poder em Angola destaca ainda a "figura eminente da política portuguesa".

"Contribuiu, de forma decisiva, no processo de descolonização de Angola, que conduziu à proclamação da independência nacional e, posteriormente, no processo de estabelecimento de relações entre Angola e Portugal, assentes no respeito mútuo e na reciprocidade de vantagens", lê-se na mensagem dirigida pela segunda figura do MPLA.

Com a morte do ex-presidente do PS, refere ainda Roberto de Almeida na mensagem de condolências em nome da direção do partido - liderado por José Eduardo dos Santos -, "Portugal perde um respeitado intelectual, nacionalista convicto e um dos precursores da democracia".

Em janeiro de 1975, nas funções de ministro da Coordenação Interterritorial, Almeida Santos integrou a delegação portuguesa que assinou o denominado Acordo de Alvor, no Algarve, de entendimento e partilha de poder após a independência entre o MPLA, UNITA e FNLA, os três movimentos de libertação de Angola.

O ex-presidente da Assembleia da República e do PS morreu na segunda-feira em sua casa, em Oeiras, com 89 anos, pouco antes da meia-noite, depois de se ter sentido mal após o jantar, disse fonte da família à agência Lusa.

Segundo fonte da família, o corpo será cremado na quarta-feira pelas 14:00, não havendo lugar a cerimónias religiosas, respeitando assim a vontade do antigo ministro e presidente da Assembleia da República.

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