Segundo dados do Ministério das Finanças compilados hoje pela agência Lusa, Angola exportou em junho 54.064.324 barris de petróleo, um aumento de mais de dois milhões de barris face a maio, a um preço médio de 45,2 dólares, o que totaliza vendas globais de mais de 2,4 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros) num mês.

As receitas fiscais com estas vendas ascenderam a 127.091 milhões de kwanzas (698 milhões de euros), aumentando 31% face aos 96.645 milhões de kwanzas (531,2 milhões de euros) de maio, sendo junho o melhor mês do ano.

As contas do mês de junho apontam ainda que pela primeira vez em 2016 a exportação de cada barril de crude chegou à previsão de 45 dólares que o Governo angolano inscreveu no OGE deste ano.

Contudo, o Ministério das Finanças revelou já em julho que, face à forte quebra da cotação no mercado internacional durante o primeiro semestre, essa previsão, de cotação média para a exportação, foi revista em baixa, para os 41 dólares por barril em 2016.

Na origem destes dados estão números sobre a receita arrecadada com o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP), Imposto sobre a Produção de Petróleo (IPP), Imposto sobre a Transação de Petróleo (ITP) e receitas da concessionária nacional.

Os dados constantes nestes relatórios do Ministério das Finanças resultam das declarações fiscais submetidas à Direção Nacional de Impostos pelas companhias petrolíferas, incluindo a concessionária nacional angolana, a empresa pública Sonangol.

Comparativamente com o mês de junho de 2015, Angola exportou ligeiramente mais quantidade (54.495.925 barris), mas a cotação média foi então de quase 62 dólares por barril e as receitas fiscais arrecadas chegaram então aos 152.825 milhões de kwanzas (840 milhões de euros, à taxa de câmbio atual).

Angola é atualmente o maior produtor de petróleo em África, mas vive desde o final de 2014 uma forte crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra para metade nas receitas da exportação de petróleo.

Fonte do Ministério das Finanças confirmou na sexta-feira à Lusa que já está a trabalhar na revisão do OGE de 2016, precisamente devido à quebra nas receitas petrolíferas no primeiro semestre do ano.

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