O megaprojeto de gás natural da Área 1 inclui uma fábrica de liquefação de gás natural e "três projetos principais vão permitir iniciar a construção rapidamente, assim que a decisão final de investimento seja tomada", referiu Steven Wilson, vice-presidente da Anadarko e diretor da empresa em Moçambique.

Um dos projetos consiste na construção de uma autoestrada entre Palma, sede de distrito, e Afungi, local da fábrica.

"Limpámos os terrenos para construir 14 quilómetros de estrada com duas faixas de rodagem" em cada sentido, referiu.

Ao mesmo tempo, noutro projeto, decorre a análise de propostas para construção de uma pista de aviação, sendo que a escolha deverá ser feita "no final do segundo trimestre", referiu, ou seja, durante o mês de junho.

Está também em curso um terceiro projeto que consiste na expansão do alojamento para funcionários da obra, que quase vai triplicar, "de 400 para 1150 camas, para permitir que mais trabalhadores participem nas operações de preparação" da construção, sublinhou.

Paralelamente decorrem as obras das aldeias de reassentamento para as quais serão deslocadas as 1.500 pessoas que residem na área do investimento, num processo que decorre "com o maior respeito pela população", realçou Steven Wilson.

"Tudo isto demonstra o compromisso da Anadarko e [do consórcio] da Área 1 com este projeto, porque tudo está a ser feito antes da luz verde da decisão final de investimento", referiu.

O anúncio final ainda não tem data prevista, acrescentou aquele responsável.

A Anadarko lidera o grupo de empresas que vai explorar o gás natural encontrado nas profundezas da crosta terrestre, sob o fundo do mar, 40 quilómetros ao largo da província de Cabo Delgado, extremo norte de Moçambique - na fronteira com a Tanzânia.

Depois de extraído, através de perfurações, o gás será encaminhado por tubagens para a zona industrial a construir em terra, na península de Afungi, onde será transformado em líquido e conduzido para navios cargueiros com contentores especiais para exportação.

O plano prevê duas linhas de liquefação, instaladas em terra, e com capacidade de produção total de 12 milhões de toneladas por ano de GNL.

O investimento deve implicar, nesta fase, uma operação de financiamento num valor global de 12 mil milhões de dólares.

Atualmente aguarda-se pela decisão final de investimento por parte do consórcio, que nos últimos meses tem anunciado estar a fechar contratos de venda, já com preço estabelecido, para o gás que vai produzir em Moçambique.

O consórcio que explora a Área 1 é constituído pela norte-americana Anadarko (26,5%), a japonesa Mitsui (20%), a indiana ONGC (16%), a petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores a outras duas companhias indianas, Oil India Limited (4%) e Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%).

LFO // JPS

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