"O nosso mandato é acabar com atos criminosos e monstruosos da Renamo [Resistência Nacional Moçambicana]", afirmou o porta-voz do comando-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Inácio Dina, falando durante a conferência de imprensa de balanço semanal das atividades policiais.

Apesar de as negociações entre o Governo e a Renamo estarem em curso, prosseguiu Inácio Dina, as autoridades continuam a registar mortes devido aos ataques a civis atribuídos ao braço armado da oposição, principalmente no centro do país.

De acordo com o porta-voz da PRM, que não avança detalhes sobre os incidentes, na semana passada, três pessoas foram assassinadas em ataques imputados pelas autoridades a homens da Renamo, incluindo o régulo de Muxúnguè, distrito de Chibabava, província de Sofala, morto a tiro na noite de quinta-feira na sua residência.

Inácio Dina disse que as autoridades estão a reforçar a sua presença nas comunidades no centro, principalmente em áreas de influência do maior partido de oposição.

"Trata-se de uma violação escrupulosa dos direitos humanos", declarou, observando que "a Polícia de República de Moçambique tudo fará para evitar que a Renamo coloque em prática o suposto plano que anunciou".

A região centro do país tem sido marcada por confrontos e acusações mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.

Apesar de o Governo e a Renamo terem reatado as negociações, com a presença de mediadores internacionais, os ataques imputados a homens armados da Renamo a veículos civis e militares nas principais estradas do centro do país não têm cessado e o movimento acusou recentemente as Forças de Defesa e Segurança de intensificarem os bombardeamentos na serra da Gorongosa, onde se presume encontrar-se o seu líder, Afonso Dhlakama.

O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.

EYAC (HB) // JPS

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