A agência oficial síria Sana noticiou na quinta-feira que o acordo previa a retirada de milhares de rebeldes e civis de Daraya, cidade rebelde próxima de Damasco sitiada desde 2012.
"Segundo o acordo, 700 homens munidos das suas armas individuais vão sair de Daraya para irem para a cidade de Idleb, no noroeste do país, enquanto 4.000 homens, mulheres e respetivas famílias serão encaminhados para centros de acolhimento", precisou a agência.
A agência France Presse noticiou hoje a entrada dos primeiros veículos do Crescente Vermelho, mas acrescentou que "ainda não está claro quando começará a evacuação, provavelmente após as orações de sexta-feira [hoje]".
No momento da evacuação, os rebeldes deverão entregar o seu armamento pesado, médio e ligeiro ao exército sírio.
O destino dos rebeldes, a localidade de Idleb, está sob domínio do Exército da Conquista, uma aliança de rebeldes, e da Frente Fateh al-Sham (ex-Frente al-Nosra, que cortou a sua ligação à Al-Qaeda).
Os 700 rebeldes que vão ser retirados de Daraya pertencem a dois grupos islamitas locais: Ajnad Al-Sham e Mártires do Islão.
Bastião rebelde muito emblemático, Daraya foi uma das primeiras cidades a revoltar-se contra o regime em 2012, e também uma das primeiras a serem cercadas.
A 01 de junho deste ano, uma coluna de ajuda humanitária entrou na cidade pela primeira vez, mas sem alimentos, para grande desespero da população esfomeada.
O Governo de Damasco sempre se recusou a deixar entrar ajuda em Daraya, embora tendo-o autorizado em várias outras localidades.
O regime tenta há quatro anos retomar o controlo da cidade, muito próxima da base aérea de Mazzé, sede dos serviços de informações da força aérea e da respetiva prisão.
NVI (ANC) // JMR
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