A polícia divulgou um comunicado sustentando que "existem provas suficientes contra o primeiro-ministro para acusá-lo de receber subornos, fraude e abuso de confiança".

A recomendação, que surge ao fim de dois anos de inquérito, precisa de uma decisão oficial para avançar com o processo, ficando agora nas mãos do procurador-geral Avishaï Mandelblit, e pode demorar várias semanas.

Depois de os media israelitas noticiarem a posição da polícia, Benjamin Netanyahu, 68 anos, refutou todas as acusações em declarações transmitida pela televisão israelita: "Estas recomendações não têm nenhum valor jurídico num país democrático".

De acordo com os media, Netanyahu é acusado de receber presentes - nomeadamente cigarros de luxo - de personalidades ricas como James Packer, milionário australiano, ou Arnon Milchan, produtor israelita em Hollywood, que somam um valor de dezenas de milhares de dólares.

Netanyahu cumpriu um primeiro mandato entre 1996 e 1999, e lidera agora de novo o governo israelita desde 2009.

Sem rival aparente, irá bater o recorde de longevidade no poder em Israel, pertencente ao histórico David Ben Gourion, fundador do Estado de Israel, se conseguir chegar ao final da atual legislatura, que vai até novembro de 2019.

O ministro israelita da Justiça, Ayelet Shaked, já disse que um primeiro-ministro acusado oficialmente não é obrigado a demitir-se.

"Quando um primeiro-ministro é acusado, não é obrigado a demitir-se sem que tenha esgotado todos os recursos para se defender", indicou também à agência France Presse o analista Ofer Kenig, do Instituto de Democracia de Israel.

No entanto, a lei permite ao parlamento desencadear um processo especial se o chefe do Governo for colocado em causa por obscenidade moral, acrescentou.

Na área política, os comentadores sublinharam que o destino de Benjamin Netanyahu vai depender em grande parte do ministro das Finanças, Moshé Khalon, líder do partido de centro-direita Koulanou.

Se esta formação política com dez deputados - em 120 - o abandonar, Netanyahu deixa de ter maioria parlamentar.

"Vão surgir pressões intensas sobre Moshé Kahlon", prevê Hanan Cristal, comentador político da rádio pública de Israel.

AG // ANP.

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