Nos EUA, os orçamentos são aprovados pelo Congresso e este orçamento deverá sofrer grandes alterações na Câmara dos Representantes e no Senado, ambos controlados pelo partido Republicano.

Os maiores cortes na despesa acontecem no apoio aos mais necessitados, incluindo uma redução de 1,4 triliões no Medicaid (o programa que fornece cuidados de saúde a pessoas de classe baixa sem seguro de saúde) e cerca de 192 mil milhões em vales de comida.

A despesa aumenta no lado dos esforços militares, vendo o Pentágono um aumento de 52 mil milhões de dólares, e segurança nacional, com 1,6 mil milhões de dólares dedicados ao início da construção do muro com o México em 2018.

Desta forma, Trump cumpre a promessa de campanha de não fazer cortes na segurança social e Medicare (que fornece cuidados de saúde para idosos), dois programas muito populares junto dos seus apoiantes, mas que os republicanos garantem precisar ser reformados para sobreviver.

O diretor do Tesouro da Casa Branca, Mick Mulvaney, disse na apresentação do plano que o documento pretende respeitar os contribuintes americanos.

"Sim, tens de ter compaixão pelas pessoas que recebem fundos federais, mas também tens de ter compaixão pelas pessoas que os estão a pagar", disse Mulvaney.

Numa declaração enviada à agência Lusa, o congressista republicano David Valadão disse que "com a dívida nacional a subir para 18 triliões de dólares e um défice anual de 500 mil milhões, os EUA precisam reduzir a despesa federal para proteger a economia para a próxima geração de americanos".

Neste plano orçamental, Trump garante que, com uma taxa de crescimento otimista de 3% (superior à prevista pelo Congresso, que se fica pelos 1,9%), o equilíbrio orçamental seria alcançado no final da década.

O luso-americano Valadão diz, no entanto, que também "é preciso conciliar o dever de reduzir despesa com as necessidades das nossas comunidades e financiar os programas e serviços críticos em que muitos americanos, incluindo no vale da Califórnia, dependem todos os dias."

Os democratas, por sua vez, já atacaram o documento, dizendo que é um ataque aos mais pobres para favorecer os ricos.

"Este presidente fez campanha dizendo que ia restaurar a classe média americana, que iria trazer trabalhos de volta, que tornaria a América grandiosa de novo. Falou para a classe media, para as que pessoas que estão a sofrer neste país, e agora este orçamento ataca-os diretamente", disse o congressista Joseph Crowley.

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