"Em termos de receitas, estamos a crescer todos os anos, numa média de 7 a 10%. O mais importante é que as perspetivas são ainda melhores", disse Bartolomeu Soto, diretor-geral da ANAC.

A instituição arrecadou 87 milhões de meticais (1,3 milhões de euros) com o turismo em 2016, referiu.

O dirigente falava durante a cerimónia de celebração dos seis anos da ANAC na capital moçambicana.

O valor apresentado resulta da promoção do turismo nas áreas de conservação, numa estratégia que tem privilegiado a caça desportiva.

Do valor arrecadado, prosseguiu o diretor-geral, oito milhões de meticais (100 mil euros) foram canalizados para estratégias de apoio às comunidades, que desempenham um papel "muito importante" na conservação da biodiversidade em Moçambique.

Mas o dirigente lembra que o caminho ainda é longo, defendendo a necessidade de envolvimento de todos os atores da sociedade no combate à caça furtiva, principal desafio da instituição.

"Nós esperamos que o setor privado entre e traga investimentos, crie emprego e também participe na conservação", afirmou o diretor-geral, acrescentando que as comunidades também devem participar nas oportunidades que advém da boa gestão da biodiversidade.

"Temos de reforçar a nossa capacidade", concluiu Bartolomeu Soto.

A reserva do Niassa, no norte de Moçambique, continua a ser uma das áreas mais afetadas pela ação de caçadores furtivos.

A pobreza das populações e o crescimento do mercado internacional de venda de marfim são apontadas como as principais causas da matança de animais como os elefantes.

A localização de Moçambique nas proximidades de países considerados como centros da caça furtiva tem contribuído para a generalização deste crime.

O sul do país mantém igualmente uma forte presença de caçadores furtivos, que atravessam a fronteira para caçar no vizinho Parque Kruger, na África do Sul.

Dados oficiais indicam que Moçambique perdeu 48% da população de elefantes nos últimos cinco anos e pode ser banido do comércio internacional de derivados da espécie, devido à falta de clareza na gestão dos animais.

O rinoceronte encontra-se também fortemente pressionado e está quase extinto em Moçambique.

O comércio ilegal estende-se em direção à Ásia, onde as presas de elefante e os chifres de rinoceronte são usados na medicina tradicional ou em objetos de luxo.

EYAC // EL

Lusa/fim