José Coutinho cumpria uma pena de 16 anos por roubo e carcere privado e tinha sido "recentemente pronunciado pela autoria do crime de homicídio qualificado contra aquele magistrado", ocorrido a 11 de abril de 2016, refere nota da PGR divulgada na noite de terça-feira.

Aquele recluso e um outro (Alfredo José Muchanga) fugiram quando o carro de transporte de presos em que seguiam foi bloqueado por uma viatura, na baixa de Maputo, em pleno dia.

"Um grupo de quatro indivíduos todos encapuzados" terão feito "mais de vinte tiros, perfurando os pneus da viatura celular", refere-se na mesma nota.

"De seguida resgataram os referidos reclusos, pondo-se em fuga", acrescenta a procuradoria.

Os dois homens estavam a ser transferidos para uma audição para responderem pelos crimes de agressão a outros prisioneiros e por vandalização do sistema de segurança da cadeia.

O aniversário da morte de Marcelino Vilanculo foi assinalado há dias pela Associação Moçambicana dos Magistrados do Ministério Público (AMMMP) que denunciou a prevalência de ameaças e intimidação aos profissionais da classe e pediu mais proteção.

Marcelino Vilanculo tinha a seu cargo as investigações em torno de raptos que José Coutinho, o recluso agora em fuga, é acusado de praticar no âmbito de uma associação criminosa formada por Momade Abdul Satar.

Nini Satar, como é conhecido, deixou o país em 2014 quando estava em liberdade condicional após ter cumprido pena por envolvimento no homicídio do jornalista Carlos Cardoso, ocorrido em 2000.

Face a novas evidências na instrução dos processos sobre raptos, a PGR anunciou na mesma nota que emitiu "um mandado de captura internacional contra Momade Abdul Satar" e requereu "a revogação da liberdade condicional".

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