"Temos recursos hídricos suficientes mas precisamos de desenvolvimento de mecanismos para investir e gerir melhor o que temos, para melhorar a captação e distribuição e para garantir mais acesso da população à água", afirmou Rui Maria de Araújo.

"Aprovar a política de água não é suficiente. É orientador mas é preciso um plano de implementação e de investimento e o empenho de todos", disse ainda.

O chefe do Governo falava no centro de tratamento de água em Tibar, a oeste de Díli, num encontro que na sexta-feira marcou o Dia Mundial da Água e em que participaram, entre outros, o embaixador português em Díli, Manuel Gonçalves de Jesus, e o ministro e vice-ministro das Obras Públicas, Gastão de Sousa e Januário Pereira, respetivamente.

Na sua intervenção, Rui Araújo disse que melhorar a qualidade do acesso da população à agua e ao saneamento é "um trabalho de todos" em que o Governo lidera o processo mas em que a comunidade, e os seus líderes, "devem contribuir para ajudar a preservar e cuidar melhor dos recursos hídricos" do país.

Apesar da melhoria nos últimos anos - a percentagem de timorenses com acesso a alguma forma de água canalizada passou de 53% para mais de 70% -, Rui Araújo destacou que ainda há muito a fazer, tanto a nível rural como urbano.

Entre os problemas associados, Rui Araújo destacou o facto de muitos timorenses continuarem a viver em casas sem condições mínimas, incluindo sem casa de banho ou água canalizada.

Na sua intervenção Manuel Gonçalves de Jesus, recordou o apoio que o Governo português tem dado a Timor-Leste no setor da água e saneamento, que permitiu construir os sistemas de abastecimento de água em Baucau, Aileu e Ataúro.

Mais recentemente, a AdP Timor Leste, sucursal das Águas de Portugal, tem vindo a dar assistência técnica à Direção Nacional de Saneamento Básico no âmbito da drenagem e saneamento.

"Parte desse trabalho tem consistido na elaboração de estudos técnicos de forma a materializar uma rede de drenagem que irá, quando for construída, mitigar os fenómenos de inundação na cidade de Díli", explicou.

"Foi, inclusive, com a colaboração de técnicos portugueses da AdP Timor Leste que foi construído o primeiro laboratório de águas residuais de Timor-Leste", disse, referindo-se à infraestrutura em Tibar onde decorreu o encontro de sexta-feira.

O apoio incluiu uma proposta de decreto-lei com legislação para o setor e ações de formação a técnicos desta direção nacional, explicou o diplomata.

"Esta parceria de futuro para o importante setor das águas entre Portugal e Timor-Leste não se extingue aqui. Encontra-se em fase de finalização a aprovação de um contrato para dar continuidade a esta assistência técnica, assim como estão a ser estudadas novas formas de apoio no âmbito da monitorização da qualidade de água", disse.

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