O porta-voz da Renamo, António Muchanga, disse, numa conferência de imprensa em Maputo, que se trata de Armindo António, delegado distrital do maior partido da oposição em Moatize e membro da assembleia provincial, que terá sido baleado por membros das FDS quando saía de uma sessão ordinária da assembleia provincial de Tete.

"Há testemunhas", declarou, acusando as FDS de praticarem atos similares contra a população do posto administrativo de Dacata, em Mossurize.

Segundo António Muchanga, entre agosto e setembro, mais de 500 casas foram queimadas e várias motos destruídas ou levadas por agentes das FDS.

Por seu turno, em declarações à emissora pública Rádio Moçambique, o porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete, Matias Cuteberto, confirmou a morte do delegado distrital da Renamo, assegurando que a corporação está a trabalhar para o esclarecimento da morte de Armindo António.

"Nós já estamos no terreno e continuamos a trabalhar para o esclarecimento do caso", afirmou Matias Cuteberto.

A Lusa tentou, sem sucesso, contactar o porta-voz do Comando Geral da PRM, Inácio Dina.

A região centro de Moçambique tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as FDS, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques nas últimas semanas em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da empresa mineira brasileira Vale.

Alguns dos ataques foram assumidos pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que os justificou com o argumento de dispersar as Forças de Defesa e Segurança, acusadas de bombardear a serra da Gorongosa, onde presumivelmente se encontra.

Apesar dos casos de violência, as negociações entre o Governo moçambicano e o maior partido de oposição continuam em Maputo, na presença de mediadores internacionais.

A Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude no escrutínio.

EYAC// APN

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