John Kerry -- que parte hoje para Genebra para conversações urgentes sobre o conflito -- também manifestou "profunda preocupação" em particular relativamente à dividida cidade de Aleppo, em face de uma nova onda de bombardeamentos do regime contra áreas controladas pelos rebeldes.

o secretário de Estado "deixou claro que o fim da violência em Aleppo e o regresso a um cessar-fogo duradouro e nacional é a principal prioridade", afirmou o porta-voz John Kirby, indicando que, nos últimos dois dias, o chefe da diplomacia norte-americana manteve conversações ao telefone com o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, e com o coordenador do Alto-Comissariado das Negociações (HCN), principal coligação da oposição síria, Riad Hijab.

"O secretário expressou a sua profunda preocupação sobre a deterioração da situação em Aleppo", onde "o regime continua a causar uma escalada do conflito visando predominantemente civis inocentes" em ataques que constituem "violações diretas do cessar-fogo" e que "têm de parar imediatamente", sublinhou ainda o porta-voz do Departamento de Estado em comunicado.

"Estamos a trabalhar em iniciativas concretas para fazer diminuir a intensidade dos combates e para reduzir a tensão e esperamos alcançar progressos tangíveis", acrescentou o porta-voz, sem especificar, no entanto, em que consistem tais iniciativas.

De visita à cidade suíça hoje e na segunda-feira, o chefe de diplomacia dos Estados Unidos vai encontrar-se com Staffan de Mistura, e os seus homólogos saudita, Adel al-Jubeir, e jordano, Nasser Judeh.

A viagem de John Kerry ocorre numa altura em que o cessar-fogo apoiado pelos Estados Unidos e pela Rússia está ameaçado pois a força aérea do governo sírio continua a atacar a cidade de Aleppo, no norte do país.

Uma nova ronda de conversações para a paz na Síria deverá começar em Genebra, a 10 de maio.

Apesar da entrada em vigor do cessar-fogo, a 27 de fevereiro, só na última semana morreram mais de 200 pessoas em Aleppo.

As forças do regime de Bashar al-Assad têm em curso uma ofensiva para recuperar o controlo da cidade, grande parte da qual nas mãos da oposição armada.

A guerra na Síria, iniciada em 2011, já causou mais de 270 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.

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