A informação consta de seis despachos presidenciais, de 22 de novembro e aos quais a Lusa teve hoje acesso, que definem igualmente que fica sob a responsabilidade dos privadas todos os investimentos necessários, bem como o "pagamento da totalidade dos valores devidos ao Estado".

Os despachos não indicam os valores envolvidos no negócio, que ficam dependentes da avaliação patrimonial.

Estas privatizações são justificadas pelo Presidente angolano tendo em conta que "a conjuntura económica atual que se vive no país recomenda a redução do peso do Estado na economia", mas também a necessidade de "preservar o seu património e valorizar outros interesses nacionais de forma satisfatória".

"Visando assim readequar e reordenar os projetos agropecuários do setor público", lê-se.

Os documentos referem ainda a "necessidade de se promover o setor agropecuário" angolano, mas "apoiado na experiência comprovada, capacidade competitiva e operacional de empresas do setor empresarial privado".

Através de privatizações totais, a Fazenda Agrícola do N'Zeto, na província do Zaire, é vendida à empresa Nosiangola, a Fazenda Lutuau, na província de Malanje, à empresa Anzi - Investimentos, e da Fazenda Cacanda, na provícia da Lunda Norte, à Socolil.

São ainda vendidas a Fazenda Agricultiva - Negage, na província do Uíge, à empresa Soanorte, e a Fazenda Agrupecuária Sacassange, na província do Moxico, à GAPPIL, enquanto a LOTTIE - Empreendimentos vai comprar a totalidade do Complexo Avícola do Lucala-Cacuso, entre as províncias de Malanje e do Cuanza Norte.

Angola vive desde finais de 2014 uma profunda crise económica e financeira decorrente da quebra das receitas com a exportação de petróleo e já este ano o Governo lançou um programa que visa diversificar a economia, reduzindo as importações e aumentando as exportações, tendo a agricultura como um dos pilares.

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