A juíza decidiu adiar o início das alegações finais porque o procurador do Ministério Público João Pedro Rodrigues revelou que, nestas alegações, pretendia utilizar documentos que não tinham sido exibidos e outros não mencionados durante o julgamento, embora constassem dos autos do inquérito, tendo alguns advogados de defesa dos arguidos requerido tempo para analisar os documentos.

As alegações finais estavam marcadas para hoje na Instância Central Criminal de Lisboa.

Arlindo de Carvalho responde em julgamento pela prática, em coautoria, de crimes de burla qualificada, abuso de confiança e fraude fiscal agravada, num esquema que alegadamente envolveu a estrutura diretiva do BPN e que defraudou o banco.

Segundo a pronúncia, Arlindo de Carvalho cometeu burla qualificada em coautoria com os arguidos Oliveira Costa, ex-presidente do Banco Português de Negócios (BPN), Francisco Sanches, ex-administrador do BPN, e José Neto, sócio do antigo ministro na imobiliária Amplimóveis.

No crime de abuso de confiança, o antigo ministro social-democrata responde em coautoria com os arguidos Francisco Sanches, Oliveira Costa, Coelho Marinho, ex-administrador do BPN e da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que detinha o banco, e José Neto.

Arlindo Carvalho responde ainda por fraude fiscal qualificada em coautoria com José Neto, através da Amplimóveis, empresa também levada a julgamento neste processo.

A defesa do ex-ministro e do arguido José Neto negam as acusações, designadamente os prejuízos causados ao banco e a tese de que os arguidos montaram um esquema para ficarem com imóveis do BPN, por forma a ocultar esse património do Banco de Portugal.

Neste processo, Oliveira Costa está a ser julgado por burla qualificada em coautoria com Francisco Sanches, Luís Caprichoso, também ex-administrador do BPN, e Ricardo Oliveira, empresário e acionista do banco.

O fundador do BPN - que já durante este ano foi condenado a 14 anos de prisão no julgamento do processo principal do caso BPN, está neste processo em fase de alegações finais acusado de burla qualificada em coautoria com Francisco Sanches, Arlindo Carvalho e José Neto e por abuso de confiança, em coautoria com Francisco Sanches, Coelho Marinho, Arlindo de Carvalho e José Neto.

O ex-presidente do BPN responde também por fraude fiscal qualificada, em coautoria com os arguidos Ricardo Oliveira e Francisco Sanches.

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