Fonte oficial socialista disse à agência Lusa que António Costa é recebido às 14:30 pelo presidente do PS para formalizar a entrega da sua moção global e da sua recandidatura ao cargo de secretário-geral, sendo Daniel Adrião recebido para o mesmo efeito por Carlos César 30 minutos depois.

O Congresso Nacional do PS realiza-se entre os dias 3 e 5 de junho na Feira Internacional de Lisboa (FIL) e as eleições diretas pelos militantes socialistas para o cargo de secretário-geral estão marcadas para os próximos dias 20 e 21, período em que também serão eleitos os 1450 delegados ao congresso.

A moção de orientação política do atual primeiro-ministro e secretário-geral do PS tem como título "Cumprir a alternativa, consolidar a esperança".

Este documento foi coordenado pela secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, e teve como redator principal o antigo ministro da Presidência e atual eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira.

Na equipa que elaborou a moção de António Costa estiveram ainda envolvidos o antigo ministro e porta-voz socialista Paulo Pedroso, e os atuais dirigentes Eduardo Cabrita, João Galamba, João Tiago Silveira, Porfírio Silva, Pedro Nuno Santos e o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos.

Tal como a agência Lusa avançou a 24 de março passado, Daniel Adrião, de 48 anos, natural de Alcobaça, apresenta uma moção de orientação política global intitulada "Resgatar a democracia", o que implicou automaticamente a sua candidatura à liderança do PS.

Daniel Adrião afirmou então que o seu objetivo não é o de disputar o cargo de secretário-geral do PS a António Costa, mas sobretudo o de propor mudanças profundas no sistema político, quer nas regras de funcionamento interno dos socialistas, quer no sistema eleitoral das eleições para a Assembleia da República.

"Os estatutos do PS impõem a quem quer debater ideias e propostas alternativas, designadamente através da apresentação de uma moção de estratégia global, a obrigatoriedade de assumir também uma candidatura a secretário-geral. O objetivo deste movimento não é disputar a liderança do PS, mas o de ?Resgatar a Democracia' no PS e no país. A candidatura é por isso apenas o cumprimento de uma regra estatutária com a qual discordamos e que nos bateremos para alterar", avisou desde logo o militante socialista.

Daniel Adrião disputou a liderança da Juventude Socialista (JS) a António José Seguro e Sérgio Sousa Pinto entre os finais da década de 80 e o início dos anos 90.

Mais recentemente, apoiou a candidatura de António Costa à liderança do PS e tem salientado que não discorda da atual solução governativa formada após as últimas eleições legislativas, tendo como suporte o PCP, Bloco de Esquerda e "Os Verdes".

As moções de estratégia de António Costa e de Daniel Adrião sserão divulgadas no site www.ps.pt na sexta-feira.

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