Com a previsível entrada destes cinco novos países, a CPLP passará a contar com 11 Estados como observadores associados, ultrapassando assim o número de membros de pleno direito (nove), o que, no entender do secretário-executivo da organização, Murade Murargy, justifica um debate sobre qual deverá ser o papel e participação destes países na comunidade.

"Isto vai criar uma espécie de pressão, sobre a comunidade, de os países associados pretenderem ter um espaço também. Estamos a refletir para ver qual o papel que eles podem ter", disse o responsável, em entrevista à Lusa, a propósito da XI conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorre nos dias 31 de outubro e 01 de novembro, em Brasília, Brasil.

Atualmente, são observadores associados da CPLP a ilha Maurícia, Namíbia, Senegal, Turquia, Japão e Geórgia.

"Têm de haver relações muito vantajosas para ambas as partes", defendeu Murargy.

A CPLP tem interesse que a "língua portuguesa se insira cada vez mais nesses países" e que tenha "uma presença muito forte", afirmou, sustentando que esta é, também, uma forma de internacionalizar o português.

"Queremos, também, desenvolver a parte económica e social. Queremos enquadrar tudo isso numa política de cooperação multilateral a nível da CPLP", referiu o secretário-executivo da organização.

Coloca-se, por isso, o "desafio de como gerir" o estatuto dos observadores associados. Caso contrário, alertou, "ficam quase como uma organização de observadores da língua portuguesa".

Mais difícil será, na perspetiva de Murade Murargy, uma eventual adesão à CPLP de territórios, como Macau ou Galiza, ou de comunidades portuguesas espalhadas pela Ásia.

"Isso não, porque os territórios estão dentro de países", afirmou Murargy, que lembrou no entanto que a China tem utilizado a Região Administrativa Especial de Macau como uma plataforma para a cooperação com os países lusófonos, através do Fórum Macau.

O secretário-executivo reiterou que, no futuro, alguns dos observadores associados poderão vir a tornar-se membros plenos da CPLP -- à semelhança da Guiné Equatorial, que era observador e aderiu à organização há dois anos.

Namíbia ou Uruguai são dois exemplos apontados por Murade Murargy, que sublinhou que "as portas estão abertas para todo o mundo".

JH // VM

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