O exoplaneta (planeta fora do Sistema Solar) chama-se Próxima b e orbita a sua estrela, a Próxima de Centauro, uma anã vermelha, a cada 11 dias. A estrela, localizada na constelação de Centauro, a 4,22 anos-luz da Terra, é invisível a olho nu, por ser pequena e pouco brilhante, e é relativamente fria.

De acordo com um comunicado do OES, organização da qual Portugal faz parte, o Próxima b tem uma massa semelhante à da Terra, apenas 1,3 vezes superior à do 'planeta azul', sendo um possível candidato a albergar vida, uma vez que tem uma temperatura "adequada para a água líquida existir na sua superfície".

Os resultados da descoberta serão publicados, na quinta-feira, na revista científica Nature.

O planeta, que se encontra muito perto da sua estrela, a uma distância inferior à que separa a Terra do Sol, foi detetado a partir de vários telescópios, incluindo os do OES, no Chile.

A equipa internacional de astrónomos, liderada por Guillem Anglada-Escudé, da universidade britânica Queen Mary, em Londres, crê que, a existir água líquida no Próxima b, tal seria nas regiões mais quentes do planeta.

A rotação do Próxima b, a forte radiação emitida pela sua estrela e a história da formação do planeta tornam, segundo os cientistas, o seu clima muito diferente do da Terra, sendo pouco provável que o exoplaneta tenha estações.

Para os astrónomos, o planeta Próxima b poderá servir de alavanca para a procura de evidências de vida noutros sítios do Universo, para lá da Terra.

Um dos cientistas envolvidos na descoberta, James Jenkins, da Universidade do Chile, disse à Lusa que a equipa pretende "procurar evidências da atmosfera" de Próxima b e, a confirmar-se a sua existência, estudar a sua composição e "procurar traços de água ou outras moléculas, e finalmente vida".

ER //GC

Lusa/Fim