"O ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] tem em curso um calendário de ação de estabilização de emergência estabelecida com os municípios, tendo em conta as zonas de maior risco. No caso do Pinhal de Leiria, propriedade do Estado, estão agendadas algumas ações no decorrer da próxima semana, caso as condições meteorológicas assim o permitam", indicou o ministro, à margem da ampliação da empresa Racentro, em Leiria.

Capoulas Santos afirmou que há uma preocupação generalizada com "as consequências que decorreram dos incêndios, designadamente com a inevitável erosão das cinzas que acontece com as chuvas".

"Já disponibilizámos no PDR [Programa de Desenvolvimento Rural] cerca de 50 milhões de euros, que obviamente não cobrem todas as encostas dos 400 mil hectares que arderam. Daí ter sido necessário identificar as zonas que exigiram maior prioridade de atuação, [nomeadamente] os declives mais acentuados", adiantou o ministro da Agricultura.

O governante salientou ter dado prioridade "às zonas de grande declive", pois são as que "oferecem maior risco, onde não está incluído o Pinhal de Leiria".

No entanto, nesta mata "vão ser executadas algumas obras de estabilização de emergência precisamente para conter os solos e minimizar os impactos", estando as autoridades "a trabalhar afincadamente para que o plano de reflorestação de Leiria possa vir a entrar em execução rapidamente, logo que concluído".

Luís Capoulas Santos revelou ainda que a reflorestação deve iniciar-se no próximo outono, depois de serem retiradas as árvores do terreno e de ser elaborado o projeto.

"Temos tido doações particulares. Ainda há poucos dias recebi da Fundação Aga Khan um donativo de 100 mil euros, que nos permitirá plantar uma faixa de 40 ou 50 hectares. O banco BCP de França fez também uma doação de cerca de 80 mil euros que iremos aplicar no Pinhal de Leiria. O Orçamento do Estado contemplou, através do Fundo Florestal Permanente, os meios financeiros necessários para que possamos proceder à recuperação do pinhal", referiu ainda o governante.

Segundo o ministro, "parte das receitas provenientes da madeira [vendida] serão reinvestidas em primeiro lugar nesse projeto de reflorestação".

"Compreendo a ansiedade de algumas pessoas, que não é maior do que a minha. Também gostaria que já tivéssemos tudo replantado neste momento", rematou, respondendo à carta enviada pela comissão popular "O Pinhal é Nosso", que pedia ao ministro meios para intervir na mata nacional com urgência.

O Pinhal de Leiria foi uma das zonas atingidas por incêndios florestais em outubro, ficando com cerca de 80% da sua área queimada.

EYC // ROC

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