Os trabalhadores da Prosegur e da Securitas, que garantem a segurança dos aeroportos, cumprem hoje o primeiro de dois dias de greve para exigir a "contratação coletiva", "melhores condições de trabalho" e "uma carreira com dignidade".

Num primeiro balanço de adesão à greve, Armando Costa, do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), disse que "está a ser mais forte nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro".

"No Funchal e Porto Santo e Açores está com uma adesão mais fraca", disse o sindicalista, que não tem os números de adesão à greve, afirmando apenas que "é bastante satisfatória".

"É complicado [obter estes números] porque há vários turnos", explicou Armando Costa.

Por exemplo, o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, esteve fechado durante um período de tempo devido aos festejos de São João e a maior parte dos voos foi concentrada para o período da tarde, sendo por isso esperado que a paralisação tenha "mais impacto ao final da tarde", adiantou.

Também no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, é difícil fazer este apuramento, uma vez que o empregador "tem nestes dias um contingente de trabalhadores, devidamente autorizados para exercer aquelas funções, que são chamados pela empresa com o único objetivo de substituir grevistas", salientou Armando Costa.

Sobre o impacto da greve nos aeroportos, o sindicalista disse que "há uma maior aglomeração nos acessos às triagens dos passageiros".

"Mas tendo em atenção que os serviços mínimos, que nós consideramos máximos, estão a ser cumpridos", por despacho do Governo, o tempo de espera dos passageiros acaba por ser "muito curto", adiantou.

Apesar desta situação, Armando Costa considerou que a paralisação está "a corresponder às expectativas".

Contactado pela Lusa, o porta-voz da ANA -- Aeroportos de Portugal, Rui Oliveira, afirmou que o tempo de fila de espera no Aeroporto de Lisboa está ser "mais elevado do que o normal", mas não há "cancelamentos ou atrasos nos voos imputados à greve".

Segundo Rui Oliveira, esta situação deve-se ao facto de os passageiros terem acatado as recomendações da ANA - Aeroportos de Portugal, nomeadamente chegarem com três horas de antecedência em relação à hora do seu voo e procederem ao despacho de bagagem no 'check-in', para reduzir o número de peças a rastrear no controlo de bagagem de mão.

Rui Oliveira reforçou o apelo aos passageiros para acatarem estas recomendações, evitando assim atrasos e cancelamentos nos voos.

Nos restantes aeroportos do país, segundo o porta-voz da ANA, a greve não está a ter impacto.

Os vigilantes privados de aeroportos marcaram uma concentração para domingo, em Lisboa e no Porto, para denunciar, nomeadamente, que os empregadores "recebem subsídio de segurança pago pelos passageiros à custa dos trabalhadores".

A Associação de Empresas Privadas (AES) lamentou a realização desta greve, uma vez que "deu resposta positiva a várias reivindicações dos trabalhadores".

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Lusa/fim