"Lavramos um auto contra desconhecidos porque houve um assassinato na via pública", disse em declarações à Lusa Lurdes Ferreira, porta-voz da Polícia de Tete. "Como Polícia estamos preocupados com o caso que aconteceu, com a morte por baleamento na via pública", acrescentou.

A responsável disse que foi iniciada uma investigação junto dos familiares e amigos da vítima, para apurar se existiam motivações que levassem à sua execução.

"É nesta hipótese que estamos a trabalhar", explicou Lurdes Ferreira, avançando que a Polícia terá um posicionamento mais preciso sobre o caso em breve.

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) acusou hoje as Forças de Defesa e Segurança (FDS) de terem baleado mortalmente na quinta-feira o delegado Armindo António do maior partido de oposição no distrito de Moatize, na província de Tete, centro do país.

"Há testemunhas", declarou, acusando as FDS de praticarem atos similares contra a população do posto administrativo de Dacata, em Mossurize.

A região centro de Moçambique tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as FDS, além de denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos da Renamo e da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.

As autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques nas últimas semanas em localidades do centro e norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da empresa mineira brasileira Vale.

Alguns dos ataques foram assumidos pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que os justificou com o argumento de dispersar as Forças de Defesa e Segurança, acusadas de bombardear a serra da Gorongosa, onde presumivelmente se encontra.

Apesar dos casos de violência, as negociações entre o Governo moçambicano e o maior partido de oposição continuam em Maputo, na presença de mediadores internacionais.

A Renamo exige governar em seis províncias onde reivindica vitória nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude no escrutínio.

AYAC (EYAC) // PJA

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