"Excluindo os fatores não recorrentes, o resultado líquido foi positivo em 22,5 milhões de euros", destacou à Lusa José Félix Morgado, presidente do banco mutualista, especificando que estão em causa impactos específicos líquidos de 90,1 milhões de euros.

Desde logo, os custos de reestruturação com o processo de racionalização da estrutura operativa ascenderam a 32 milhões de euros.

"O processo de racionalização está fechado e os custos finais contabilizados nas contas do primeiro semestre", sublinhou o gestor, destacando que estes custos não se vão repetir no segundo semestre do ano.

Depois, o resultado semestral do Montepio reflete "os impactos transversais ao setor", segundo Félix Morgado, apontando para as contribuições sobre o setor bancário, para o Fundo Único de Resolução e para o Fundo de Resolução Nacional, que totalizaram 26,4 milhões de euros, contra os 12,9 milhões de euros no primeiro semestre de 2015.

O banco mutualista sentiu também o impacto em "investimentos financeiros específicos" no montante de 52,2 milhões de euros, entre os quais é considerada a desvalorização de ativos financeiros do setor das telecomunicações, nomeadamente, da operadora brasileira Oi. A este valor soma-se o efeito fiscal de 20,5 milhões de euros.

"Descontando os efeitos não recorrentes, há uma evolução positiva, como prova a subida da margem financeira (1% para 127,3 milhões de euros), das comissões líquidas (0,35 para 49,3 milhões de euros), e a redução dos custos operacionais", salientou Félix Morgado.

"A margem financeira registou um crescimento homólogo de 1,0%, tendo atingido 127,3 milhões de euros, para a qual contribuiu a aplicação de uma rigorosa política de 'repricing' e a redução da dívida emitida ao ser substituída por fontes de financiamento menos onerosas", justificou o Montepio no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo a entidade, "estes sinais positivos foram confirmados no 2.º trimestre do ano, onde a margem financeira atingiu 66,7 milhões de euros, o que representa uma subida de 9,9% face ao trimestre anterior".

O Montepio destacou ainda que "estes crescimentos são registados num contexto de taxas de juro historicamente baixas, o qual continua a condicionar a performance da intermediação financeira".

Já os custos operacionais do 1.º semestre de 2016, excluindo custos com o processo de racionalização da estrutura operativa, apresentaram uma redução homóloga de 5,5%, tendo atingido 163,9 milhões de euros, para a qual contribuiu a diminuição de 4,5% ao nível da atividade doméstica.

Félix Morgado destacou também a confortável "posição de liquidez" e o reforço do rácio 'common equity tier 1' (CET1) de 8,8% em dezembro de 2015 para 10,3% (segundo os critérios de transição para as novas regras europeias) e de 6,7% para 8,3% com a total implementação das novas regras.

E apontou também para o crescimento de 1,9% dos depósitos.

"Os depósitos de clientes, com um crescimento expressivo de 236,4 milhões de euros no 2.º trimestre de 2016 (+1,9% e -2,2%, face a 31 de dezembro de 2015), mantiveram-se como a principal fonte de 'funding' [financiamento], passando a representar 59,3% do total das fontes de financiamento", informou o banco.

Além disso, "confirmou-se a consolidação da base de depósitos de clientes particulares, com o segmento empresarial e de institucionais a registar um crescimento significativo de 8,5% face ao trimestre anterior".

No que toca à rede de distribuição doméstica, nos últimos doze meses (entre junho de 2015 e junho de 2016), o Montepio reduziu o número de colaboradores em 259 pessoas para 3.647 e fechou 104 agências para 332.

DN // ATR

Lusa/fim

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