A entidade representativa dos trabalhadores alega que estes "não vêm o seu esforço reconhecido" do contributo que dão "para o sucesso da Renault Cacia, que foi considerada a melhor fábrica do grupo no mundo a nível de caixas de velocidade".

Em vez disso, acusam, a administração altera as regras "que desde sempre foram negociadas entre as partes, nomeadamente, o prémio "EFICÁCIA" e as Evoluções Profissionais", e recorre ao trabalho precário.

"Cerca de 300 trabalhadores são de empresas de aluguer de trabalhadores, que estão a ocupar postos de trabalho permanentes e, por isso, deveriam ser trabalhadores efetivos da Renault", denuncia a CT, comentando que a empresa "usa e abusa do recurso a trabalhadores com vínculo precário".

"Perante este quadro, entre a excelência de resultados e a incompreensível e inaceitável atitude perante os trabalhadores", a comissão de trabalhadores sublinha que tem vindo a apresentar à administração propostas que "visam a correção dessa atitude" e adverte que "tais cortes" e "medidas" terão reflexos na paz social alcançada no último Acordo Sócio Laboral".

A posição da comissão de trabalhadores, hoje assumida em comunicado, surge um ano depois de ter assinado com a direção da Renault Cacia um acordo laboral que permitiu o regresso da paz social à empresa, depois de um ciclo de greves a todos os turnos, que se estendeu por dois meses, em que exigia que a melhoria dos resultados se refletisse nos salários e que fossem integrados no quadro trabalhadores que vinham prestando serviço a título precário.

Esse acordo laboral ficou com validade definida para um ano e os representantes dos trabalhadores assumem a possibilidade do regresso aos conflitos laborais, caso a administração ignore as suas aspirações.

Com 1.016 trabalhadores, a fábrica da Renault Cacia, em Aveiro, exporta caixas de velocidade e componentes de motor para diversos modelos da Renault.

MSO// ATR

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