"Muitos moçambicanos que padecem de tuberculose nunca recebem um diagnóstico e, sem saber, espalham a doença. O teste e o tratamento são a resposta" referiu Jennifer Adams, diretora da Usaid em Moçambique.

O apelo é lançado num comunicado a propósito do Dia Mundial da Tuberculose, que hoje se assinala.

As unidades de saúde de Moçambique tratam mais de 86 mil novos casos todos os anos, mas o Ministério da Saúde estima que o número represente pouco mais de 50% dos doentes, por falta de diagnóstico.

"Se não for tratada, a tuberculose mata cerca de metade das pessoas infetadas", realça Adams na mensagem hoje divulgada.

A morte e o contágio podem ser evitados com um tratamento de seis meses em qualquer unidade de saúde local.

O tratamento já chega a 90% dos casos diagnosticados, nota a diretora da Usaid - um dos parceiros na luta contra a doença -, realçando que o objetivo é erradicar a doença até 2035.

"Infelizmente, muitos indivíduos usam medicamentos de forma incorreta ou interrompem o tratamento" o que leva a "novas formas de tuberculose que podem ser resistentes a medicamentos", alerta Adams.

"Uma vez transmitida a outras pessoas, a tuberculose multirresistente leva ainda a mais mortes", acrescenta, apelando também a um maior controlo dos tratamentos.

O Governo de Moçambique anunciou em dezembro o primeiro inquérito nacional para apurar a taxa de prevalência real da tuberculose.

O estudo vai abranger 12 mil pessoas de vários pontos do país numa operação orçada em cerca de cinco milhões de dólares, suportados pelo Estado e por parceiros de cooperação.

A recolha de dados deverá prolongar-se ao longo do ano, com recurso a uma clínica móvel com autonomia energética através de painéis solares, equipada com aparelhos informáticos de imagiologia (raio-x).

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