A partir de agora, vamos assistir a um fenómeno, à Direita, semelhante ao que se verificou nos últimos dois anos à Esquerda. A ascensão eleitoral do Bloco de Esquerda e da liderança de Catarina Martins foi ‘alimentada’ de forma discreta, mas empenhada, por um governo que queria fragilizar António Costa e o PS. Agora, será seguramente o governo PS a ‘apoiar’ Assunção Cristas, a sublinhar a sua responsabilidade política, por contra-ponto à estratégia de Passos Coelho e do PSD. É a vida, mas a nova líder do CDS já percebeu que a nova realidade política, as novas contas em eleições, dá-lhe uma oportunidade que Paulo Portas nunca teve.

Desengane-se o PSD, o CDS vai ser um problema, Assunção Cristas é mais pragmática, menos ideológica, quer o CDS ao centro, como se percebe pelas intervenções no congresso do partido. O CDS deixará de ser o partido dos grupos, dos reformados, da lavoura, dos contribuintes. Passará a ser um partido que quer falar aos portugueses do centro-Direita, sim, o espaço político do PSD,

A concorrência com o PSD não se fará apenas na disputa do mesmo espaço político. Far-se-á também na capacidade de fazer parte das soluções. Assunção Cristas não é Paulo Portas, distanciou-se por exemplo, e bem, da ‘inacreditável’ descoberta do antigo líder sobre Carlos Costa. E quer participar nas reformas. Já sabemos quais são: a segurança social, a reforma da supervisão, a convergência dos setores público e privado.

Ao contrário de Passos Coelho, que tem um passado e ainda não conseguiu ultrapassar a forma como António Costa chegou a São Bento, e isso explica a formo como está a fazer oposição, Cristas tem as mãos livres. Para fazer o que quiser, para fazer as pontes que quiser, e até tem agora em Belém um Presidente que também permite novas geometrias políticas, novos acordos.

A nova líder do CDS ainda não conquistou o partido, o CDS foi-lhe ‘dado’, seguramente porque mostrou competências pessoais e políticas. Mas para ganhar o partido, vai ter de ganhar o país e, tendo em conta o quadro político e económico em vigor, não vai ter muito tempo para isso.

As escolhas

As corporações voltaram a agitar-se, e isso mostra como este governo é percecionado. As manifestações, e os bloqueios, dão resultados, pagam, por isso é que os suinicultores e os produtores de leite prometem a maior manifestação de sempre. Será um teste a António Costa e à sua capacidade de dizer ‘não’ e de não usar o dinheiro dos contribuintes para pagar os votos e a paz partidária.

Dilma Roussef já não é a ‘Presidenta’ de todos os brasileiros, será na melhor das hipóteses de alguns, poucos, como se viu pelas manifestações de ontem em cerca de 450 cidades brasileiras. Está agarrada à cadeira - e está a dar os sinais errados no momento errado, isto é, a admitir proteger Lula das investigações judiciais. O que nos diz isto? O Brasil é um país paralisado do ponto de vista politico e económico e a afundar do ponto de vista social.

E como nos recorda o SAPO24, hoje é o dia do Pi. Para matemáticos e não-matemáticos. É possível celebrar o Pi, o 3,14, o rácio da circunferência pelo diâmetro? É, sim. Saiba como.

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