Em termos de comunicação o Benfica piorou bastante, o Sporting manteve alguns dos erros do ano passado e o Porto entrou este ano, finalmente, nesse factor estratégico. Mas em termos psicológicos a temporada foi má para Sporting e Porto. Estes dois clubes foram os mais prejudicadas por erros de arbitragem, é um facto, mas nunca conseguiram gerir emocionalmente as circunstâncias de cada jornada.

Uma equipa como o Porto, que várias vezes teve a possibilidade de ultrapassar o rival Benfica e não consegue empatando jogos em casa de forma inacreditável, merece ser campeã? Uma equipa como a do Sporting que se deixa atropelar em Vila do Conde após um jogo brilhante (mas traumático) em Madrid e que se deixa empatar em Guimarães depois de estar a ganhar 3-0, com um golo falso no fim, é verdade, mas antes permitiu displicentemente ao Vitória entrar no jogo. Merece ser campeã?

Este ano o Sporting nunca conseguiu reagir a uma adversidade ao contrário da época passada onde mostrou uma força psicológica fantástica. O Sporting não esteve bem mentalmente em Alvalade com o Benfica e pior, como é possível que o Sporting num final de manhã de domingo, estádio cheio, podendo ganhar e abrir uma possibilidade de alcançar a fase de grupos da Champions faz uma bizarra exibição sem garra? Merece alguma coisa?

O Benfica jogou um futebol mais fraco que o do ano passado, mas compensou com uma maior força mental que os seus rivais. É inegável que alguns árbitros funcionaram como psicólogos nalguns jogos, mas a equipa encarnada foi a que teve melhor estabilidade psicológica. Quando parecia que podia quebrar, reagiu sempre bem (Alvalade, Dragão e entrada forte em Vila do Conde). Foi o campeonato da Psicologia.