Já a semana passada aqui escrevi sobre o massacre na escola dos Estados Unidos da América. Fi-lo antes de Trump reagir e, por isso, achei por bem voltar a pegar no assunto agora que Trump diz que uma das medidas para impedir este tipo de situações é munir os professores de armas de fogo. Obviamente que sim. Faz todo o sentido. Tendo isso em consideração, decidi mostrar-vos um dia na vida de um desses professores:

8:30h – A caminho da escola, dei conta que não tinha trazido o material todo para dar as aulas. Esta minha cabeça está cada vez pior. Ando mesmo cansado. Lá tive de voltar para trás para ir buscar os acetatos, o esquadro e a metralhadora.

9:30h – Há um aluno novo na turma que é um refugiado sírio. Chama-se Usama e não tem lá muito bom aspecto o rapaz… Vou estar de olho bem atento que me parece daqueles que vêm para causar problemas.

10:30h – Ia marcar falta de material ao Usama, mas ele começou a ficar indignado a dizer que os pais não têm dinheiro para comprar o livro da disciplina. Nisto, mete a mão dentro da mochila e diz «Allahu Akbar» e eu saco da metralhadora e dou-lhe cinquenta tiros. Acertei quase todos e ele morreu. Fico contente com a minha pontaria, mas afinal ele tinha dito «Vou comprar quando a aula acabar.». É o que dá não aprenderem a falar a língua do nosso país como deve ser, depois geram-se mal-entendidos.

11:30h – Fiz um teste surpresa e a turma inteira ficou revoltada. Disse que se não fizessem o teste levariam falta colectiva e um tiro nas rótulas. Acalmaram logo e fizeram o teste.

13:00h – Na sala dos professores estivemos a discutir sobre quais as melhores formas para ensinar as crianças. Eu sou a favor da AK-47, mas tenho alguns colegas que preferem a M-16. Enfim, pessoas ainda presas ao antigamente que não evoluem as suas técnicas de ensino e depois se queixam que a culpa é dos alunos quando eles é que não os conseguem cativar.

14:30h – Toca o telemóvel na aula e é de uma aluna. Peço-lhe para desligar. Ela diz que não e começa a gritar comigo. Tiro-lhe o telemóvel à força e ela atira-se a mim. Felizmente, tinha a faca do Rambo comigo e consegui apaziguar logo o conflito ao espetar-lhe uma facada no baixo ventre. Meti o telemóvel no silêncio e continuámos a aula sem sobressalto.

15:30h – Os pais de um aluno vieram tirar satisfações comigo sobre o porquê do seu filho ter tido negativa no teste. Disse-lhes que tinha sido porque ele tem dificuldades de aprendizagem porque ficava-me mal dizer que é burro. Os pais gritaram, dizendo que a culpa era minha que não estimulava os alunos. Que lata! Saquei do revólver e acabei logo com a discussão com dois tiros na cabeça dos pais. Infelizmente, foi antes de eles assinarem a justificação das faltas do aluno e vou ter de o chumbar por faltas.

16:30h – Hoje foi dia de ser avaliado e tive nota máxima, especialmente devido à minha pontaria. Subi de escalão e fui aumentado em 2%, mas, mais importante, é que agora já posso fazer o upgrade de metralhadora para lança mísseis e assim, certamente, de que a qualidade do meu ensino irá melhorar.

18:30h – Com a excitação de ser a última hora, os alunos não paravam quietos e só faziam barulho, ignorando todos os meus avisos. Tive um esgotamento nervoso, saquei da metralhadora e foi tudo corrido a chumbo. A turma acabou por ficar sem nenhum aluno vivo. Por um lado, ainda bem, é da maneira que posso descansar a cabeça até Setembro.

Depois deste massacre, os governantes dirão que a única solução para evitar este tipo de situações, será armar todos os alunos com lança-chamas e granadas. Faz sentido.

Sugestões e dicas de vida completamente imparciais:

E que tal um evento de comédia tendo como alvo o cancro e cujas receitas revertem a favor do IPO? Vai ser no Cinema S. Jorge, dia 21 de Março e os bilhetes já estão à venda neste link.

“A forma da Água” de Guillermo Del Toro está nos cinemas e é muito bom. Digo eu que só vi o trailer.