Foi um combativo e emotivo discurso contra a violência que é o racismo e o assédio sexual. Oprah apareceu como a voz mais eloquente das tantas mulheres que têm tido a coragem de denunciar a ditadura do medo e da violência e que estão a fazer parar o tempo dos abusos. Trouxe esperança para o futuro.

Vem à memória uma entrevista antiga com o pastor Martin Luther King. Perguntaram-lhe o que é que faria se soubesse que o dia seguinte era o do fim do mundo. Sem hesitar, de pronto, respondeu: “Plantar uma árvore”. Era a forma de expressar que o que nunca se pode perder é a esperança. É o discurso que Oprah sistematicamente cultiva.

A fama de Oprah cresceu com o programa The Oprah Winfrey Show, o talk show diurno com mais audiência na história da comunicação nos EUA. É comum dizer-se que toda a gente na América, dos mais famosos aos mais modestos, passou pelo programa diário de Oprah, emitido a partir de Chicago, que se prolongou por 25 temporadas, entre setembro de 1986 e o final de maio de 2011. Oprah parou o show diário de 45 minutos para criar o seu próprio canal, Oprah Winfrey Network (OWN)

Oprah é um símbolo da América. Drew Faust, reitora da Universidade de Harvard, em Boston, convidou-a para pronunciar o discurso de abertura das solenes cerimónias de graduação, em 2013. Apresentou-a demonstrando isso mesmo: “Ela partiu da pradaria da avó no Mississipi e, pelo que tem feito, tornou-se uma das mulheres mais influentes no mundo. Usa a palavra e essa sua extraordinária influência para, de modo exemplar, semear o bem, em ações educativas e de ajuda aos outros que precisam”.

Na noite de domingo, ao receber em Los Angeles, na gala dos Golden Globes, o prémio Cecil B. DeMille, que lhe foi atribuído em reconhecimento de toda a carreira, assumiu um manifesto político: “Quero expressar a minha gratidão a todas as mulheres, como a minha mãe, que suportaram anos de abusos, porque tinham filhos a crescer, contas a pagar, sonhos a realizar. (...) Quero que todas as raparigas que nos estão a ver agora saibam que há um novo dia no horizonte. E quando esse novo dia finalmente nascer, será por causa de mulheres magníficas, muitas delas que estão aqui, nesta sala, esta noite, e por causa de alguns homens fenomenais, que lutam arduamente para garantir que se vão tornar os líderes que nos levarão até ao momento em que ninguém terá de voltar a dizer 'Me Too' [eu também]."

A noite dos Golden Globes foi inteiramente dedicada à batalha das mulheres pelos direitos civis e contra os abusos. Fica também como a do arranque de um movimento para a candidatura de Oprah Winfrey à presidência dos Estados Unidos, sucedendo a um milionário que só é exemplar por más razões e que também se tornou famoso através de um show na televisão.

VALE TER EM CONTA, TUDO COM TRUMP EM FUNDO:

Parece que Trump costuma ser madrugador. Ao amanhecer do último sábado, pôs-se a tuitar, em resposta ao livro Fire and Fury, que não é apenas inteligente, é mais do que isso, um génio. O respeitado David Remnick escreve na The New Yorker desta semana que o presidente dos Estados Unidos se tornou uma ameaça principal à segurança dos Estados Unidos. Trump ainda tem mais três anos e 11 dias de mandato. Ainda não completou o primeiro ano em funções.

Trump prepara a deportação maciça de 200 mil salvadorenhos. Quem consegue fazer parar essa desgraça para tanta gente? Trump até tem o trunfo de a economia estar a funcionar e a gerar emprego.

O investigador sobre o Russiagate quer ouvir Trump.

Duas primeiras páginas escolhidas esta manhã: esta e esta.

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