Sendo o futebol português praticamente todo à base de corrupção, violência e programas de 4 horas a discutir foras-de-jogo e, eventualmente, quando há tempo, uns gajos, de facto, a jogar à bola, o meu entusiasmo com isto tudo é cada vez menor.

Por outro lado, o que não falta são motivos de regozijo neste solarengo domingo.

Em França, temos a primeira volta das presidenciais que podem fazer a Europa descambar (mais). Se Marine (lembram-se daquele vídeo do YouTube, “Eh Marine!”? Não é essa, mas adorava que fosse) Le Pen ganhar, é um vitória estrondosa para o racismo, xenofobia e, claro, o terrorismo. É engraçado que o pessoal nacionalista, e que se preocupa tanto com as suas fronteiras, com os seus delicados tons de pele ou com as suas crenças, não entenda isso mesmo. Mas também não estou à espera que sejam propriamente dotados cognitivamente, para ser sincero.

Outra coisa gira de hoje é o facto de ser o Dia Mundial do Livro. Por curiosidade, fui investigar quais os livros mais vendidos em Portugal no ano passado. Fiquei descansado. O top é essencialmente preenchido por grandiosos autores, talentos indeléveis, génios literários, tais como José Rodrigues dos Santos, Nicholas Sparks, Pedro Chagas Freitas ou Gustavo Santos. Ainda bem que os portugueses dão valor a quem merece.

Posto isto, e com tanta esperança a inundar o meu coração depois destas três contemplações, vou tomar duas caixas de Xanax para ver se me acalmo.

Até qualquer dia.

Sugestões mais ou menos culturais que, no caso de não valerem a pena, vos permitem vir insultar-me e cobrar-me uma jola:

- Dia Mundial do Livro: Nem que seja hoje, leiam um livro de jeito. Ofereçam livros, comprem, troquem, escrevam. Somos o que lemos (ai, que bonito), não se esqueçam disso.

- 25 de Abril: Para muitos, só mais um feriado. Para os produtores de cravos, o melhor dia do ano. Para todos, um dia que nos permite agora viver como vivemos. Celebrem como quiserem, mas celebrem. Até porque pelo estado do mundo pode não durar muito mais.