Espaço 1999 foi a série de ficção científica que marcou toda uma geração. Contava a história dos ocupantes da base Alpha e da sua viagem pelo espaço depois de Lua ter sido projectada para fora de órbita devido a uma explosão nuclear. Com o capitão John Koenig fomos assim iniciados à ideia do teleporte – a mais pura ficção científica nos anos 70. Mais de quarenta anos depois, a China está apostada em transformar em realidade esta ficção que nos acompanha há décadas com um satélite, acabado de enviar para os céus, com o qual pretende investigar a teleportação e formas de comunicação a distâncias impossíveis de intercetar.

QUESS (do inglês Experiências com Quânticos à Escala Espacial) é o primeiro satélite de telecomunicação quântica do mundo e foi lançado hoje na China, a partir do centro de lançamento de Jiuquan, no deserto de Gobi. Vai rodar à volta da Terra a cada 90 minutos e a uma altura de 500 quilómetros, numa órbita sincronizada com o sol. Também é referido pelo programa espacial chinês como "Micius", em homenagem ao cientista e ótico da China Antiga, que há 2500 anos inventou a primeira câmara escura.

O grande objectivo deste satélite é tentar transmitir à Terra e receber a partir desta fotões quânticos, que em teoria não podem ser separados ou duplicados, o que pode ser a base para uma comunicação blindada a "hackers". A partir daquele satélite, tentar-se-á estabelecer comunicações seguras deste tipo entre Pequim e a região de Xinjiang, no noroeste do país.

A China planeia construir, a curto prazo, uma rede de comunicação quântica de 2.000 quilómetros, entre Pequim e Xangai, as duas principais metrópoles do país, para ser usada por agências governamentais e bancos.

O QUESS investigará ainda o mistério científico do entrelaçamento quântico, que pode servir de base ao teletransporte, um avanço tecnológico que parece reservado à ficção cientifica, mas que os cientistas chineses tentam levar a cabo com esta experiência.

Neste fenómeno da mecânica quântica, se duas partículas estão entrelaçadas, uma não pode ser alterada sem que a outra também o seja - mesmo que estejam espacialmente separadas por milhões de anos-luz.

O satélite tentará provar esta teoria, transmitindo fotões a estações de controlo espacial em solo chinês, separadas por 1.000 quilómetros de distância.

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