Apesar do interesse demonstrado por companhias como a Boeing e a Lockheed Martin, a Boom Technology, com o apoio do Virgin Group de Richard Branson, tomou a dianteira no desenvolvimento de um protótipo, com o nome de "Boom", que promete mudar a forma como viajamos de avião.

“Vamos fornecer serviços de engenharia, design e manufatura para o projeto da Boom Technology”, confirmou um porta-voz do grupo britânico ao The Guardian.

Segundo o El País, a aposta da empresa é um avião que voa a uma velocidade de 2,2 vezes a do som, a mais de 2.400 quilómetros por hora, o que se traduz numa viagem que vai conseguir cruzar o oceano Atlântico em três horas e meia (hoje, o tempo de viagem ultrapassa as seis horas entre Londres e Nova Iorque). Na prática, a duração da viagem seria 2,6 mais rápida do que num avião normal - uma redução substancial se pensarmos, por exemplo, numa rota entre São Francisco e Tóquio, que seria feita em cinco horas ao invés das 11 horas atuais. Segundo a Boom Technology, o protótipo estará pronto em finais de 2017, com a intenção de começar os voos comerciais dentro de poucos anos.

“Estamos a falar do primeiro avião supersónico que as pessoas vão poder pagar”, afirmou Blake Scholl, fundador e diretor da Boom Technology, citado pelo The Guardian, que prevê um custo por bilhete a rondar os cinco mil dólares (cerca de 4.425 euros)

Blake Scholl garante ainda que o protótipo desenvolvido pela sua empresa vai ter sucesso, ao contrário do fracasso do Concorde, da Airbus, porque os voos vão ser muito mais baratos. “O Concorde era muito caro para voar e para preencher os 100 lugares, que custavam 20 mil dólares (cerca de 17,7 mil euros) cada”, garante Scholl, alegando que “tem de se baixar o preço do bilhete e fazer o avião do tamanho certo para que se consigam preencher todos os lugares”.

O modelo que está a ser desenvolvido vai ter 40 lugares divididos em duas filas, o que significa que todos os passageiros vão ter uma vista privilegiada para a curvatura da Terra, assim como acesso direto ao carrinho de bebidas, garante o responsável.

Para já, o acordo entre as empresas prevê a opção de a subsidiária do Virgin Group, a Spaceship Company ficar com dez aparelhos, no caso de o plano correr como previsto.