Sobressair, comunicar e interagir. Durante vinte e quatro horas por dia. Parece fácil? Não é. Requer trabalho, trabalho e trabalho. E sentido de oportunidade. Mas é possível. Mark Duffy, copywriter com 20 anos de experiência no ramo, explica, em quatro momentos, como o pode fazer.

Millennials

A primeira ressalva para todos os que querem ser bem-sucedidos nas redes sociais: millennials. E, outra vez, millennials. Não importa se é uma marca, produto ou se oferece um serviço. É o ponto-chave para qualquer campanha no mundo digital. O autor aconselha que o repita mil vezes. Millennials. Não sabe o que é ou quem são? É o termo usado para nomear uma geração, aqueles que nasceram entre 1980 e 2000. Têm entre 15 e 35 anos, são especiais e diferentes, pois fazem parte da primeira geração do mundo digital. Se quiser aprofundar um pouco o assunto, dê uma olhadela neste artigo da Forbes.

ad ray ban 

Para Duffy, convém tratar esta geração com aquilo que a caracteriza: são criativos, idealistas e críticos no mundo digital. E as campanhas "Do You", por parte da Ray-Ban e da GAP, demonstram isso mesmo. É necessário criar uma campanha que envolva os millennials. [Pequena nota: a campanha original DoYou pertence à GAP e por isso é que a da Ray-ban não tem #hashtag DoYou.] Em resumo, dê-lhes a importância que eles acham que merecem. É abusar da palavra “Tu”. Duffy refere ainda que ser “social” não significa propriamente ser “original”, e  ser “criativo” é ser genuíno.  

Postar, postar, postar

Nunca estar ausente. Criar, postar (ou publicar) e partilhar. Repetir. Criar, postar e partilhar. Repetir. Para Duffy, não existem dúvidas. “Nenhum dia é mau dia para postar.” Se não tiver nada de muito importante para dizer ou partilhar… não há caso para alarme. Tem de publicar na mesma. O importante é criar uma ligação com quem está do outro lado. Como? Arranjando maneira de interagir. Veja os exemplos sugeridos, da Dove e da Wheat Thins (uma marca de bolachas), por Duffy:

 post dove

A Dove pegou no quotidiano e no “tu”. A marca de produtos de higiene apenas fez referência a uma ida matinal ao ginásio. Mas existiu um pequeno grupo de pessoas que se sentiu menos culpado por não ir fazer um bocadinho de cardio nessa manhã. Duffy diz que não se tratou de “engage”, mas sim de uma “imersão”. A Dove estava a participar diretamente na vida das pessoas.

Já no caso da Wheat Thins, um simples tweet criou uma forte interação com os seus seguidores por tratar as pessoas como …pessoas. E por falar em pessoas e mostrar respeito por elas, nunca esquecer de prestar os pêsames, caso exista uma personalidade que partiu. A comunidade digital presta atenção e é crítica. Se não o fizer, poderá ser considerado insensível. Se o fizer, está a ganhar o respeito de outros. E nem é necessário ser-se particularmente genial no texto. Basta ver este anúncio de uma companhia de seguros. Um ano grátis em qualquer serviço é boa publicidade em qualquer lado. E para as almas que condenam a aproveitamento da imagem e publicidade gratuita, Duffy também tem uma mensagem: “Não está a explorar a morte, está a celebrar a vida!”. Para o autor, não está a caminhar por caminhos dúbios para atingir os seus fins. Está a ganhar a internet.

post ali

Narrativa, narrativa e narrativa

Não é preciso criar um texto grande, complexo e erudito para criar boas histórias. Pense em Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa. Simples e belo. Porque na era digital, tudo serve para ser história. E 140 carateres são suficientes. Mais: se o Huffington Post conseguiu fazer uma história, no Instagram, para todas as idades, com o 55º aniversário de Barak Obama a comer pizza, não há que perder a esperança.

obama post

Otimizar, otimizar, otimizar

Deixar palavras-chave sorrateiramente. Hoje em dia significa algo diferente para qualquer marca, mas funciona mais ou menos da seguinte maneira: está a ver uma imagem de um panda bebé? Tente arranjar forma de criar uma mensagem em que possa, de alguma forma, meter o seu produto associado. Sem esquecer, o “tu” dos millennials, claro. Um exemplo de uma cadeira de restaurantes norte-americana que é famosa pelos burritos.

ad chipotle

Lembra-se do calendário dos Bombeiros Sapadores de Setúbal que tanto furor fez nas redes e na comunicação social? Pois bem, está aqui um exemplo de como, em certos casos, pode resultar.

anuncio surf detergente

Duffy explica: “Para este detergente, a otimização significa troncos nus. E porque não? São mais baratos que modelos profissionais e fazem de cada post uma mini-história sexual.” Ao usar esta campanha, a marca, de forma inteligente, tenta chegar vários públicos.

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